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Homenagem

No Dia do Médico, histórias de vidas dedicadas à saúde da população

Vitor Moreschi Filho, de 56 anos, é médico de Família e Comunidade na Unidade de Saúde Trindade II, no Cajuru. Curitiba, 15/10/2013 Foto: Valdecir Galor/SMCS

Silvio Miranda, de 56 anos, e Maria da Graça, de 50, têm histórias com muitos pontos comuns: além de casados, ambos são médicos e escolheram trabalhar com saúde da família. No Dia do Médico, comemorado nesta sexta-feira (18), eles exemplificam o trabalho de 1.831 profissionais que atendem a população em todos os bairros de Curitiba, construindo a história da saúde pública na cidade.

Miranda trabalha há 32 anos na Unidade de Saúde Irmã Tereza Araújo, no Boqueirão. Ele diz que sua principal ferramenta de trabalho é a comunicação, “tecnologia social” que considera fundamental em sua rotina. Maria da Graça, por sua vez, é médica da família na Unidade de Saúde Moradias Belém, também no Boqueirão.

Para estar mais perto do trabalho e da comunidade onde atua, o casal optou por morar no Boqueirão. “As pessoas que atendemos frequentam a mesma padaria que nós, o mesmo supermercado. Sabem onde moramos e que, se for necessário, podem pedir ajuda lá”, destaca Miranda. O envolvimento é tanto que Maria da Graça redecorou por conta própria o consultório que utiliza na unidade de saúde. “Passo a maior parte do meu dia aqui e um ambiente mais bonito me permite acolher melhor os pacientes”, diz.

Visão Integral

Vitor Moreschi Filho, de 56 anos, é médico de Família e Comunidade na Unidade de Saúde Trindade II, no Cajuru. São mais de 30 anos desde que começou como estagiário de Medicina, numa época em que o contexto político – a ditadura militar – exigia um posicionamento de praticamente todas as categorias profissionais.

“Ainda pior que a falta de liberdade política, era ver a população submetida a condições inadequadas de saúde, saneamento, habitação, sem ter o direito de reclamar”, relembra ele, referindo-se ao final da década de 70.

Ainda universitário,  Moreschi optou por trabalhar junto à população da periferia, que quase não tinha acesso a atendimento médico e sofria por problemas como desnutrição, diarreia e complicações decorrentes do sarampo. “Mudou muito o perfil das doenças. Hoje ninguém morre por causa de diarreia. Boa parte da demanda nas unidades é por conta dos idosos e as doenças características dessa fase da vida, como hipertensão e diabetes”, compara.

Ideologia

Hamílton Lima Wagner, que soma 33 anos de profissão, 18 deles na Unidade de Saúde São José, no bairro Augusta, explica que assumir a função de médico de família faz parte de sua ideologia profissional. “É necessário tratar a pessoa, não apenas a doença. E, para isso, é fundamental conhecer bem quem é o paciente”, salienta.

Não é à toa que quando ele sai pelas ruas do bairro, para fazer visitas aos pacientes, é reconhecido e abordado pelas ruas. “É necessário conhecer a realidade do paciente, saber se ele responde bem ao tratamento e às orientações médicas”, afirma Wagner.

Opinião que reforça o que diz a médica Ana Maria de Souza Campos, de 48 anos, que atua no SUS Curitiba há mais de 20 anos. Seu primeiro local de trabalho foi na Unidade de Saúde Dom Bosco, no Campo do Santana – quase limite com Fazenda Rio Grande. A médica relembra que o acesso à unidade era bem precário e, na época, era a única alternativa de serviço público de saúde na região. “Existia um vínculo muito grande entre a comunidade e a equipe de saúde”, comenta a médica que agora está na Unidade Estrela, no bairro Fazendinha.