Oficinas de expressão corporal com o dançarino Kennedy Pierri, de percussão com coreógrafo e arte-educador Diorlei Santos e um show com o grupo de samba de terreiro Os Encantados marcaram, nesta quinta-feira (20/11), Dia da Consciência Negra, a primeira tarde de funcionamento da nova sede do Centro de Referência Afro Enedina Alves Marques (Creafro). Coordenado pela Secretaria Municipal da Mulher e Igualdade Étnico-racial da Prefeitura de Curitiba (Smir), o local foi inaugurado pelo prefeito Eduardo Pimentel nesta quarta-feira (19/11).
Em seu novo endereço, o serviço ocupa um imóvel classificado como Unidade de Interesse de Preservação (UIP), no bairro São Francisco. O restauro da construção histórica integra as ações do programa Curitiba de Volta ao Centro, de redesenvolvimento da região central.
Além de atendimento psicológico e jurídico para vítimas de racismo e intolerância religiosa, nesse período serão oferecidas atividades culturais. Entre elas estão oficinas de dança e percussão. As inscrições para essas modalidades são grátis e já estão abertas no Guia Curitiba. Futuramente haverá atividades relacionadas à gastronomia afro.
Direitos humanos
“É um presente dado à cidade pelo prefeito Eduardo Pimentel, que tem dado ênfase e condições à aplicação das políticas públicas para a Igualdade Racial”, observou a secretária da Smir, Marli Teixeira Leite.
Ela lembrou que Curitiba, neste ano, teve aprovada pela Câmara Municipal uma proposta importante para o segmento. “Além de conselho de direitos e plano plurianual, agora a cidade também conta com fundo municipal para financiar as políticas públicas”, explicou.
A titular da Smir contou também que o Creafro está aberto para a população migrante fazer reuniões de trabalho mediante agendamento.
Curitibana e negra
A denominação do Creafro é uma homenagem à primeira mulher negra do Brasil a se graduar em Engenharia Civil. Enedina Alves Marques nasceu em Curitiba, em 1913, e morreu aos 68 anos, em 1981. Ela estudou na Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde se formou em 1945.
Em uma época em que o destino reservado às mulheres era o casamento ou, no máximo, atividades relacionadas ao cuidado com o outro - como a docência para crianças e a enfermagem, Enedina trabalhou no Plano Hidrelétrico do Paraná e atuou no aproveitamento das águas dos rios Capivari, Cachoeira e Iguaçu. É uma das responsáveis pela construção da Usina Capivari-Cachoeira (atual Parigot de Souza), inaugurada em Antonina, Litoral do Paraná, em 1971.
O Colégio Estadual do Paraná e a Casa do Estudante Universitário de Curitiba (CEU) são outros exemplos de obras projetadas por Enedina. Em Curitiba, uma rua do bairro Cajuru recebeu o seu nome.
Serviço
Novo Centro de Referência Afro Enedina Alves Marques (Creafro) da Prefeitura de Curitiba
Horário: de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h
Local: Rua Paula Gomes, 325, esquina com Duque de Caxias, no bairro São Francisco.