Mais de 400 pessoas foram atendidas em um mutirão da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) neste sábado (5/7), na Vila Parolin. A Companhia disponibilizou 20 funcionários que passaram a manhã na Escola Municipal Nansyr Cavichiolo para efetivar a inscrição dos catadores de materiais recicláveis na fila de pretendentes a imóveis populares do programa habitacional do município.
Ação semelhante havia ocorrido na Vila Torres, em junho, com objetivo de ampliar o acesso à moradia junto a esse público que encontra complicações em acessar os serviços de inscrição presencial durante a semana, devido à rotina de trabalho nas ruas, e têm dificuldade em fazer o cadastro online pela pouca familiaridade com as tecnologias digitais.
Moradora do Parolin desde criança, Cláudia da Silva, 49 anos, vive com o marido em uma frágil casa de madeira em local de risco. Ambos trabalham com reciclagem e compareceram ao mutirão para se inscreverem na fila da Cohab.
“Tenho cinco filhos vivos e seis netos. Saio daqui hoje com muita esperança de conquistar minha casa própria, que vai melhorar bastante a nossa vida e será um patrimônio para deixar para os filhos e netos”, disse ela, que estava acompanhada da netinha de três meses.
Novos empreendimentos
A ação da Cohab vai permitir um completo diagnóstico dos inscritos com relação à renda e outras informações importantes. Boa parte dos trabalhadores da reciclagem pertencem à chamada faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida, que são as famílias com renda de até R$ 2.850.
Segundo o presidente da Cohab, André Baú, já existem projetos que em breve serão encaminhados para aprovação junto à Caixa Econômica para a construção de 1.500 novas moradias que serão destinadas para a menor faixa de renda. O governo federal abriu um novo ciclo de contratações com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e Curitiba poderá construir até 3 mil unidades habitacionais com estes recursos.
“A política habitacional do prefeito Eduardo Pimentel foi pensada para aproveitarmos todos os recursos que estiverem disponíveis, desde o governo federal, estadual e também orçamento do município. Já temos projetos prontos para 1.500 unidades que serão encaminhadas para aprovação nas próximas semanas”, ressalta Baú.
Sair do aluguel
Dinacir Krueger, 61 anos, trabalha com reciclagem e além de coletar, separar e vender o material, ela é artesã e fabrica vasos e outros itens a partir de materiais que encontra descartados. Seu sonho é ter um imóvel próprio para não mais viver de aluguel.
“É um dinheiro que poderia estar pagando pela minha casa, mas acaba sendo todo usado no aluguel. Muito boa essa ação da Cohab depois de tantos anos. Espero um dia conseguir ser beneficiada”, diz Dinacir.
O casal Rosimara Cordeiro, 28 anos e Carlos Henrique Pereira, 30, também paga aluguel para morar em uma casa com os dois filhos, um menino de dois anos e uma menina de três meses. “Todo mundo sonha em ter sua própria casa. Agora que temos a inscrição na Cohab vamos acompanhar cada lançamento e torcer para chegar a nossa vez”, afirma ele.
Sine Móvel
Além das inscrições na Cohab, as famílias que compareceram ao mutirão contaram com a presença de uma equipe do Sine Móvel, da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico e Inovação (Smdei). Foram ofertados serviços relacionados à geração de emprego e renda.
Os interessados foram encaminhados para processos seletivos de vagas de emprego, receberam orientações sobre a emissão da Carteira de Trabalho Digital, além da emissão da isenção no transporte coletivo aos trabalhadores que se enquadram no Programa Tarifa Zero a Caminho do Emprego.