O Museu de História Natural Capão da Imbuia (Rua Benedito Conceição, 407) completa 62 anos nesta quinta-feira (14/8). O local é lar de aproximadamente 12 mil aves, 31 mil répteis e anfíbios, 30 mil lotes de peixes, 72 mil insetos, 12 mil lotes de invertebrados e 8 mil mamíferos - taxidermizados (empalhados) e conservados no acervo científico. Também é cercado por árvores centenárias e lembrado por exposições que marcaram e marcam a infância de curitibanos.
“O Museu de História Natural Capão da Imbuia tem a maior coleção da fauna paranaense e carrega um legado para as próximas gerações", destaca o biólogo e responsável técnico Marco Aurélio Bregenski.
"Temos espécies que existem e que existiram. Essa biodiversidade é fundamental para termos referências sobre a evolução das espécies e para entender de que maneira os humanos transformam o meio ambiente, e como isso acarreta nas mudanças climáticas”, completou Marco Aurélio.
O museu abrange o bosque municipal do Capão da Imbuia, exposições fixas e um setor de pesquisa científica com um acervo reconhecido nacionalmente, tombado como Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná.
Uma vida no museu
A história do museu se mistura com a de seus funcionários e colaboradores. O mais antigo deles, o assistente técnico Paulo Gomes, de 62 anos, passou mais de dois terços deles trabalhando na catalogação, organização, educação e cuidado com o espaço.
“Eu sinto que o museu é uma extensão da minha casa, é um espaço muito importante, principalmente para educação ambiental. As crianças levam para a vida o que aprendem aqui, tem gente que eu conheci praticamente na barriga da mãe e hoje vem me trazer convite de casamento. Ou que se mudou para outros estados, mas sempre que volta para Curitiba vem visitar o museu”, contou Paulo.
É ele quem assina as montagens dos dioramas fixos apresentados no museu, que são as representações de cenas do habitat natural dos animais. Segundo Gomes, há cerca de 20 anos o trabalho é usado para educação ambiental.
“O meu xodó é o diorama urbano, com animais que transmitem doenças. A gente fez ele pensando em como mostrar para as crianças a importância do cuidado com o meio ambiente, então representamos o lixo descartado errado e esgoto”, contou Paulo, apontando para os ratos e gambás taxidermizados.
Além do diorama urbano, os visitantes também podem conhecer a fauna paranaense do cerrado, com um lobo-guará de mais de 70 anos, da Mata Atlântica, da floresta com araucária, de ambiente aquático, além de espécies ameaçadas de extinção e aves de rapina. O museu também conta com uma exposição parceira com o projeto Meros do Brasil, de vida marinha, e uma esporádica de insetos.
“Como temos muitos insetos, a gente troca as amostras da exposição com certa frequência. Exposta hoje aqui tem uma aranha-caranguejeira que morava no bosque. Ela era minha amiga e gostava de andar no meu braço. Um dia encontramos ela morta, então a conservamos na exposição”, lembrou Paulo.
Em sua primeira visita ao Museu de História Natural, Yanara Victória Rigoni, de 6 anos, tomou uma decisão importante. “Quando eu crescer eu quero trabalhar aqui. Eu achei muito legal ver os bichos, hoje vi uma cotia”, contou a menina.
Para quem quer conhecer mais da fauna brasileira, as exposições do Museu de História Natural do Capão da Imbuia podem ser visitadas de terça-feira a domingo das 9h às 16h45. Grupos e escolas podem agendar visitas guiadas. E para quem gosta de realizar caminhadas na natureza, o bosque possui uma trilha entre a flora nativa, com araucárias e imbuias centenárias, e com sorte você pode fazer avistamento de pássaros e de cotias, mas sempre com respeito à natureza, sem sair da trilha ou jogar lixo.
Serviço
Museu de História Natural Capão da Imbuia
Endereço: Rua Benedito Conceição, 407 - Capão da Imbuia
Horários de visitação: 9h às 16h45, de terça a domingo
Telefones para agendamento de visita guiada: (41) 3313-5481 / 3313-5584