Aprender um ofício pertinho de casa, tendo com instrutores profissionais e ainda não pagar nada por isso. Não é mágica e os moradores da Regional Bairro Novo (Sítio Cercado, Umbará e Ganchinho), podem comprovar isso na prática.
São as carretas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-PR), que estão estacionadas na Rua da Cidadania desde o dia 16 de setembro.
Fruto de uma parceria entre a Prefeitura, através da FAS-Trabalho e o Senai-PR, as aulas acontecem em Unidades Móveis de Qualificação Profissional - instaladas em carretas e contêineres equipados do Sistema Fiep/Senai que funcionam como salas de aulas teóricas e práticas.
Foram ofertados aos moradores cursos de Aperfeiçoamento e Elaboração de Doces, Corte e Costura, Mecânica de Motocicletas.
Os cursos começaram funcionam nos turnos de manhã, tarde e noite. As turmas atuais concluem as 40 horas no dia 27/9. No dia 30 de setembro, começam novas turmas.
Mão na massa
O professor Bruno dos Santos deixa bem claro que o aluno não sai dali sabendo tudo. “Tem que pensar que este aprendizado é um incentivo para continuar evoluindo no mundo da culinária”, aconselha.
Os 16 alunos da turma da manhã estão aprendendo a fazer pão de ló genoise, brownie, bolo red velvet, torta trufada, brigadeiro e outras guloseimas.
“O método aqui é fazer com que eles coloquem a mão na massa e que peguem gosto pela coisa, não só de confeitaria, mas da cozinha de um modo geral”, explicou o professor Bruno.
Dirce Maidel está animada para ampliar o pequeno empreendimento que tem em sua casa. Moradora no bairro Sítio Cercado, ela contou que já tinha uma certa experiência em fazer biscoitinho, cuca e cueca virada. “Já fazia algumas coisas, mas não sabia o ponto o certo. Agora estou recebendo esta orientação e está sendo muito importante”, confessa. Com o curso espera investir mais no empreendedorismo. “Já tenho uma festa de aniversário para fazer nos próximos dias”, revelou.
O venezuelano Roger Gonzalez descobriu que o curso ao passar pela Rua da Cidadania. Para ele que chegou há dois meses no Brasil e fixou residência no Sítio Cercado, tudo é novidade. “Estou gostando muito de aprender. Pretendo fazer doces para vender”, explicou.
“Ótimo aprendizado”
Mas além dos quitutes deliciosos, no pátio da Rua da Cidadania tem gente também aprendendo a consertar motocicletas e a confeccionar roupas.
O morador da Estrada do Ganchinho, Marlon Amaral, elogiou a iniciativa da Prefeitura. “Estou tendo um ótimo aprendizado, os temas são bem explicados e o melhor de tudo que isso é gratuito”, disse.
Ele disse que já fez outros cursos ofertados pela Prefeitura, mas que agora pretende trabalhar por conta própria na manutenção de motocicletas.
“O aluno sai daqui com conhecimento básico de freios suspensão, mecânica e parte elétrica de motocicletas”, garantiu o professor Fernando Costa.
Outra que está otimista com o curso é a dona de casa Gisele Ferreira moradora do Sítio Cercado. “Para mim, tudo é novo, nunca tive nenhum contato com a área de mecânica”, explicou. Sobre as dificuldades encontradas Gisele disse que este é um obstáculo a ser vencido em busca do objetivo maior: “Quero entrar no mercado de trabalho”, avisa.
Casal que costura unido
Inspirado pela esposa, Ari Valentim disse que decidiu fazer o curso de Corte e Costura para ajudar no ateliê que o casal tem na residência do Umbará. “Já fiz uma camiseta e estou fazendo um short”, disse.
Já Fernanda Maria Krsysiguski Reis, moradora do Sítio Cercado, disse que sempre teve vontade de aprender a costurar. “O que me motivou foi a possibilidade de aprender a costurar para vestir a família”, citou. Ela trabalha na área de logística, mas atualmente está desempregada e aproveitou o tempo ocioso para fazer o curso. “Não sei nada, estou aprendendo do zero. É uma experiência nova que vai me ajudar na economia doméstica”, calcula.
A professora Priscila Matias explicou que a turma está aprendendo a cortar tecidos, costurar e dar acabamento para confeccionar camisetas, bermudas e blusas de moletom. “Com este conhecimento eles conseguem fazer todo vestuário. É só não se acomodar e querer progredir”, ressalvou a professora.