As curitibanas são, entre as gestantes das capitais, as que têm acesso ao maior número de consultas de pré-natal. Segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) do Ministério da Saúde, 22.705 das 25.348 mães de bebês nascidos em 2010 passaram por sete ou mais consultas médicas antes de dar à luz.
Isso representa 89,57% do total das grávidas da cidade e das quais cerca de metade fazem o acompanhamento pelo programa de atenção materno infantil Mãe Curitibana, da rede municipal de saúde.
Além da oferta do pré-natal em 109 unidades públicas de saúde espalhadas pela cidade, o nível de escolaridade das gestantes ajuda a explicar a boa adesão ao acompanhamento. Isso porque, também segundo o acompanhamento, 81,8% dos bebês nascidos naquele ano eram filhos de mães com oito ou mais anos de escolaridade. E das 20.716 grávidas com oito anos de estudo em diante, 9.375 haviam concluído curso superior.
O percentual de mulheres com pelo menos oito anos de estudo é maior que em anos anteriores – 80,9% em 2009 e 79,8% em 2008. “É evidente que, quanto mais esclarecida a mulher, mais ela estará comprometida com a evolução da sua gravidez”, observa a secretária municipal da Saúde, pediatra Eliane Chomatas.
Com esse tempo de acompanhamento clínico da gestação, além das consultas, a gestante tem a oportunidade de fazer dezesseis exames e conhecer previamente a maternidade onde nascerá seu filho.
Outro dado que pode ser relacionado ao nível de escolaridade é a idade materna, uma vez que a curitibana está se tornando mãe mais tarde. De acordo com o estudo, 9.519 mulheres que tiveram bebês em 2010 tinham 30 anos ou mais.
“Isso demonstra que a curitibana está melhor informada sobre o que fazer para engravidar e também para não engravidar e programa sua gestação, para o momento em que ela estiver melhor estruturada emocional e financeiramente”, argumenta Eliane. O número de mães mais jovens é bem menor: 3.602 eram menores de 20 anos (14%) e, dessas, apenas 415 (1,6%) tinham até 16 anos.
A prevenção da gravidez na adolescência está entre as prioridades do programa Adolescente Saudável, da Secretaria Municipal da Saúde. O assunto também é trabalhado durante o pré-natal das gestantes menores de 20 anos. O objetivo é orientá-la de modo que ela só venha a se tornar mãe novamente quando for mais velha e estiver com a situação escolar e acadêmica encaminhada.
Os dados do Sinasc revelam ainda que metade das mulheres que teve bebês em 2010 tornou-se mãe naquele ano. É que das 25.348 crianças nascidas no período, 12.922 (51% do total) foram seus primeiros filhos.
O acompanhamento informa também que, em 2010, 8.058 grávidas já haviam tido um filho antes, 2.897 eram mães de dois e 914 possuíam três filhos. O número de bebês de mães com mais filhos é bem menor – 134 gestantes com cinco filhos e 108 com seis ou mais.