A Rede Mãe Curitibana Vale a Vida é um programa amplo da Prefeitura de Curitiba, que visa a assistência integral à mulher e à criança desde o planejamento familiar, pré-natal, parto e puerpério. No ano de 2024, 9.226 mulheres foram atendidas pelo programa. O atendimento abrange todos os exames preconizados para o acompanhamento da gestação, tanto os laboratoriais quanto os de imagem. Para outras etapas da vida, além da gestação, são oferecidos exames de saúde da mulher, como o citopatológico e mamografia.
Saiba como funciona o Mãe Curitibana
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Acompanhamento começa antes da gravidez
Uma das mães atendidas é Sheron Nunes Machado, de 29 anos, que trabalha como artista autônoma. Atendida pelo Mãe Curitibana, ela deu à luz Santiago, que tem quase 5 meses de vida. As atenções se iniciaram antes mesmo da concepção do bebê. Sheron já participava do programa, que lhe disponibilizou o DIU que utilizava como método contraceptivo. Quando decidiu ter filho, ela recebeu todo o suporte para planejar a gravidez.
Sheron conta que foi entrevistada pelo médico que queria saber todo o contexto familiar e social no qual a vinda do bebê se daria, abrangendo todos os aspectos que envolvem uma gestação, não só os clínicos.
Como anteriormente ela havia tido uma gestação que não se concluiu, a equipe da unidade de saúde fez um acompanhamento mais intenso, cuidando tanto dos aspectos psicológicos quanto dos físicos da gravidez. Ela recebeu consultas e avaliações de psicólogo, além de encaminhamentos para ecografias e demais exames, para estar preparada física e emocionalmente para ter um filho.
Quando se aproximou a hora do nascimento de Santiago, Sheron foi encaminhada ao Hospital Universitário Evangélico Mackenzie. Lá teve o acompanhamento de uma médica, de uma fisioterapeuta pélvica, profissional que a ajudou a encontrar a melhor posição para realizar o parto, e de três enfermeiras. Estavam sempre acompanhando sua respiração e pulsação, garantindo que se sentisse segura durante todo o processo e que a vinda do bebê fosse tranquila.
No pós-parto, continuaram os cuidados. Ela aprendeu como amamentar o filho, recebendo acompanhamento a qualquer hora do dia e só sendo dispensada com as técnicas aprendidas e o bebê alimentado.
Nos primeiros dias após nascer, Santiago fez o teste do pezinho, exames de sangue, teste de surdez e visão, recebeu vacinas e consulta com pediatra. Agora, a mãe leva mensalmente o garoto a unidade de saúde para que se acompanhem seu crescimento.
Acesso gratuito à exames
Para outra mãe, Beatriz Pereira Tomaz, de 26 anos, que trabalha como secretária e gerou as gêmeas Lara e Lívia, de um 1 mês de idade, o Mãe Curitibana foi fundamental para que ela pudesse fazer gratuitamente todos os exames e consultas necessários.
“Acho que fez toda a diferença também na questão financeira. Como são dois bebês, o gasto é maior. Se eu tivesse que fazer todos os exames na rede particular, seria muito caro.” Como a gestação de gêmeos é considerada de risco, Beatriz fez exames de ultrassom em todas as semanas da gravidez, até a vinda das meninas. Ela diz que conseguiu agendar todas as consultas sem demora.
Beatriz Pereira Tomaz, mãe das gêmeas Lara e Lívia.
Os profissionais do programa encaminharam Beatriz, durante os dois últimos meses de gestação, para que fosse atendida também no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie. Ali, ocorreu o parto prematuro das gêmeas, que nasceram com 8 meses e duas semanas. Devido a isto, ficaram internadas no hospital por duas semanas.
As meninas receberam vacinas e hoje são acompanhadas, além do pediatra, por uma nutricionista especializada para garantir que cresçam saudáveis. Então, Beatriz, além do leite materno, oferece às filhas uma fórmula láctea que recebe gratuitamente. O acompanhamento das crianças continua, já tendo as próximas consultas e vacinas programadas.
Âncora
Como funciona o Mãe Curitibana
O atendimento abrange todos os exames preconizados para o acompanhamento da gestação, tanto os laboratoriais quanto os de imagem. Para outras etapas da vida, além da gestação, são oferecidos exames de saúde da mulher, como o citopatológico e mamografia.
O acolhimento da gestante ocorre em uma unidade básica de saúde, onde ela é inscrita no programa de assistência para então ser encaminhada à avaliação clínico-obstétrica, estratificação do risco gestacional e vinculação à maternidade de referência adequada para aquela gravidez. Também ocorre a solicitação dos exames complementares de rotina e posterior análise dos resultados.
As mulheres recebem orientações completas sobre o calendário de vacinação, informações sobre a participação em atividades educativas e oficinas relevantes e encaminhamento para avaliação da saúde bucal, com ênfase em sua importância durante a gestação.
Caso seja identificado que se trata de gestação de alto risco, ocorre encaminhamento para avaliação obstétrica especializada.