Cerca de 70 pessoas estiveram presentes às duas primeiras oficinas realizadas nas Regionais para debater a Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo. “Por se tratar de um tema árido, que não faz parte das discussões cotidianas, é muito importante a participação da comunidade, para que todos possam apresentar suas colaborações”, disse o supervisor de informações do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Oscar Schmeiske.
Na manhã de segunda-feira (2), no prédio da nova sede da Regional Cajuru, o perfil predominante era de lideranças comunitárias e pessoas ligadas às atividades da regional, além de moradores dos bairros próximos. O vereador Hélio Wirbiski também acompanhou o encontro. À tarde, na Regional Matriz, boa parte do público era formada por estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), além de professores universitários, membros do Ministério Público e representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs). O administrador da Regional, Maurício Figueiredo Lima Neto, esteve presente nos debates.
Metodologia
As duas oficinas seguiram a mesma dinâmica. Todos receberam uma cartilha contendo informações detalhadas, em linguagem acessível, sobre o processo de adequação da Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo. Técnicos do Ippuc apresentaram um panorama da atual legislação e sua influência sobre a dinâmica de ocupação da cidade, além de seus reflexos sobre a mobilidade, acesso a serviços e outros fatores.
Num segundo momento, a plateia foi dividida em grupos. Ao redor de uma mesa contendo o mapa da Regional, cada grupo passava a analisar a cidade sob uma ótica diferente e privilegiada. Ao mesmo tempo em que localizavam suas casas, identificavam seus locais de trabalho e estudo, apontavam a escola dos filhos, os participantes também passavam a compreender a relação de cada um desses locais com o restante da cidade: a proximidade de rios e córregos, a presença ou ausência de áreas verdes, os equipamentos públicos, o sistema viário, o tipo de zoneamento e muitas outras características que, na maioria das vezes, passam despercebidas.
“Essa também é uma forma saudável de aproximar as pessoas da realidade enfrentada pelos técnicos em seu dia a dia. São muitas as demandas, muitas as necessidades e enormes os desafios, pois a cidade vai se tornando mais complexa. Em 2016, já é bem diferente de como era quando essa legislação foi aprovada, no ano 2000. Mas é preciso construir leis e tomar decisões pensando num futuro harmônico e sustentável para Curitiba nas próximas décadas”, destaca o presidente do Ippuc, Sérgio Póvoa Pires.
Morador do Jardim das Américas, José Carlos Mendes preside o Conseg, o Conselho Comunitário de Segurança do bairro e saiu satisfeito da oficina realizada na Regional Cajuru. “Fiquei impressionado com o profissionalismo e a dedicação dos servidores do Ippuc na transmissão de conhecimentos. Não basta apenas pagar impostos e taxas. É preciso participar. Ajudar a decidir os destinos da nossa cidade. Depois desse treinamento, me sinto mais preparado”, avalia Mendes.
Outro líder comunitário da Regional Cajuru, José Floriano da Silva preside a Associação de Moradores e Amigos da Vila São Domingos (AMAVSD). Segundo ele, as oficinas são um exercício de cidadania. “Aprendemos sobre o zoneamento e como se constrói a cidade em cima dessa legislação. Nós ouvimos as demandas dos moradores e trouxemos para este encontro. E aquilo que aprendemos aqui, vamos levar para a comunidade. É enriquecedor”, salientou Silva.
À tarde, entre os muitos estudantes que compareceram à oficina na Regional Matriz, estava Gabriela Silva Ferreira, estudante de Direito da UFPR. “Eu moro em São José dos Pinhais, mas toda a minha vida está em Curitiba. Vivo a cidade em seu dia a dia e acho importante participar. É muito relevante esse contato com a legislação. E é fundamental tomar parte nas discussões”, destacou Gabriela.
Outro estudante do curso de Direito, Francisco Foltran é morador da Regional Matriz. “Não vim aqui apenas por indicação de nosso professor. Acho muito importante participar desse tipo de debate. Penso, por exemplo, que boa parte do centro da cidade deveria ser fechada ao tráfego de veículos. Isso traria um ganho enorme para quem vive, estuda e trabalha na região”, opina Francisco.
Já o professor Leandro Franklin, que ministra a cadeira de Prática Jurídica, disse que convocou os alunos a participar da oficina porque Curitiba se tornou um caso de estudo dentro da universidade. “Estamos acompanhando todas as mudanças na legislação, participamos da audiência pública e agora estamos participando também dessa etapa. É um aprimoramento do que temos em sala de aula com uma vivência real, daquilo que a cidade debate hoje”, enfatiza o professor Franklin.
Confira, abaixo, as datas, locais, horários e endereços das próximas oficinas:
Terça-feira, dia 03 de Maio
Manhã – Santa Felicidade
Das 08h30 às 11h30
Auditório da Rua da Cidadania de Santa Felicidade
Rua Santa Bertila Boscardin, 213, ao lado do Terminal de Santa Felicidade.
Tarde – Regional Boqueirão
Das 14h30 às 17h30
Auditório da Rua da Cidadania Boqueirão
Avenida Marechal Floriano Peixoto, 8.430, junto ao Terminal do Carmo.
Quarta-feira, dia 04 de Maio
Manhã – Regional Bairro Novo
Das 08h30 às 11h30
Auditório da Rua da Cidadania Bairro Novo
Rua Tijucas do Sul, 1.700 – Sítio Cercado.
Tarde – Regional Pinheirinho
Das 14h30 às 17h30
Auditório I da Rua da Cidadania Pinheirinho
Avenida Winston Churchill, 2033, ao lado do Terminal do Pinheirinho.
Quinta-feira, dia 05 de Maio
Manhã – Regional Tatuquara
Das 08h30 às 11h30
Auditório da Rua da Cidadania Tatuquara
Rua Olivardo Konoroski Bueno, s/n, esquina com Rua Presidente João Goulart – Tatuquara.
Tarde – Regional CIC
Das 14h30 às 17h30
Auditório da Rua da Cidadania CIC
Rua Manoel Valdomiro de Macedo, 2.460 – CIC
Sexta-feira, dia 06 de Maio
Manhã – Regional Boa Vista
Das 08h30 às 11h30
Auditório da Rua da Cidadania Boa Vista
Avenida Paraná, 3.600 – Boa Vista.
Tarde – Regional Portão
Das 14h30 às 17h30
Auditório 2 da Rua da Cidadania Portão
Rua Carlos Klemtz, 1.700, ao lado do Terminal da Fazendinha