Discutir o trânsito nas grandes cidades a partir de um jogo. Essa é a proposta do Núcleo de Psicologia no Trânsito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), com a aplicação do jogo Metaphor: a metáfora do trânsito. A atividade faz as pessoas a trabalharem em conjunto para atingir o objetivo em comum.
A metodologia foi aplicada, nesta quarta-feira (25), aos representantes de instituições e órgãos públicos que participam do programa internacional Vida no Trânsito. A reunião aconteceu na Escola de Trânsito do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná (DER-PR).
A professora Iara Thielen, coordenadora do Núcleo de Psicologia no Trânsito da UFPR, trabalha com o jogo Metaphor desde 2002. Mais de 7 mil jovens e adolescentes já participaram do jogo durante estes 10 anos de experiência.
A atividade é feita em rodadas e os participantes precisam se organizar para atingir o objetivo, que é a sobrevivência de todos os jogadores. São utilizadas fichas coloridas e o jogador que ficar com a ficha na cor branca ao final da rodada sobrevive. A partida termina quando todos conseguem se salvar.
"O jogo leva a discussão dos aspectos individuais e coletivos que aparecem no trânsito. O objetivo do jogo é a negociação e interação, mostra que ser individualista no trânsito só traz problemas. O trânsito é coletivo e o jogo impõe essa reflexão", explicou a professora Iara Thielen.
Depois que o jogo acaba, os participantes realizam um debate sobre trânsito com base no que aconteceu no jogo. A apresentação do Metaphor para os participantes do Vida no Trânsito foi para avaliação do grupo e onde essa metodologia pode ser aplicada para discutir o trânsito.
O diretor de Educação da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), Celso Mariano, afirmou que o jogo é uma ferramenta extremamente importante e pode ser aplicado em associações de bairros, escolas, auto-escolas e empresas, por exemplo.
"É um processo educativo de alta qualidade, simula situações que as pessoas enfrentam nas ruas. Evidencia que o trânsito é coletivo e não individual. O trânsito é por excelência a experiência coletiva mais importante e significativa da vida em sociedade moderna", afirmou Celso Mariano.
Claudete Bernardi, que trabalha na Secretaria Antidrogas Municipal, participou do jogo e aprovou a metodologia. "Evidencia o respeito ao próximo. No trânsito não podemos nos preocupar só com a nossa vida, mas com a vida dos outros também. Vou voltar para o trânsito com outros olhos", afirmou.
Vida no Trânsito - O Vida no Trânsito faz parte da Década de Ações para Segurança no Trânsito da Organização das Nações Unidas (ONU), que entre 2011 a 2020 pretende diminuir acidentes e mortes no trânsito.
O programa é desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Fundação Bloomberg em dez países que concentram metade do total de acidentes de trânsito registrados em todo o mundo – entre eles o Brasil, quinto no ranking que inclui Cambodja, China, Egito, Índia, Quênia, México, Rússia, Turquia e Vietnã.
No Brasil, além de Curitiba, participam as cidades de Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Palmas (TO) e Terezina (PI). Para Curitiba, o Vida no Trânsito trabalha os seguintes fatores de risco: álcool, velocidade e motociclistas e pedestres. Já os focos de ação são educação, fiscalização e engenharia.
Participaram da reunião desta quarta-feira representantes da Setran, Secretaria Antidrogas Municipal, Secretaria Municipal da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde, BPTran, Detran, DER-PR, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Secretaria Municipal da Educação, Serviço Social e de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat); Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe).