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Sustentabilidade

Ippuc lança plano para reduzir emissão de gases de efeito estufa

Ippuc lança plano para reduzir emissão de gases de efeito estufa. Foto: Lucilia Guimarães/IPPUC

O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) está entregando a todas as secretarias municipais e órgãos vinculados à Prefeitura um Plano de Ação para Redução das Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). O plano sugere diversas medidas para reduzir a emissão desses gases.

As medidas foram implantadas no Ippuc e podem ser adotadas por outras secretarias ou servir como base para a elaboração de planos próprios, conforme as características de cada local de trabalho. Este plano, que pode ser visto no site do Ippuc (www.ippuc.org.br), integra o projeto intitulado “Nossa Pegada de Carbono”, que foi iniciado em 2013 com os inventários ou medições anuais da emissão de dióxido de carbono (CO2) na cadeia produtiva do Ippuc.

“O Plano de Ação participativo faz parte de um processo de mudança cultural rumo à sustentabilidade na prestação dos serviços públicos ofertados pela Prefeitura. Desta forma, promovemos a inovação e a adequação no desenvolvimento da missão do Ippuc, além de fazer parte da comemoração dos seus 50 anos e da elaboração do Plano Municipal de Desenvolvimento Urbano”, explica o presidente do instituto, Sérgio Póvoa Pires. Neste primeiro Plano de Ação para a redução de GEE estão sendo propostas cerca de 40 ações, sem prazo delimitado para implantação.

As medidas propostas vão desde as mais conhecidas, como a redução do uso de água, energia e papel, até medidas de maior complexidade e custo, como a orientação para a adoção de carros elétricos na frota do Instituto. Entre outras ações indicadas está o incentivo ao uso de modais alternativos para o deslocamento de funcionários, como bicicletas; a criação de um vestiário, com chuveiro, para estimular o uso da bicicleta; dar prioridade a vagas no estacionamento interno do Ippuc para motoristas que compartilhem o carro com caroneiros – “Carona Solidária”; o incentivo ao uso de conferências via telefone, vídeo ou web; a redução do uso de copos descartáveis e toner de tinta para impressora; instalação de filtros nos pontos de água encanada em substituição à compra de água em galão e a verificação de perdas e sobrecargas elétricas na rede do Ippuc.

Neste primeiro semestre do ano também deverão ser realizadas campanhas internas de conscientização e a instituição da Semana de Baixo Carbono do Ippuc. Concluído na última semana, o Plano de Ação é resultante dos inventários ou medições das emissões de GEE realizadas nos anos anteriores.

A engenheira ambiental Karin Gomes, que integra a equipe de trabalho formada por 17 pessoas, além da direção do Ippuc, diz que o desenvolvimento é diário e está inserido na rotina do instituto.

Medições

A Pegada de Carbono, internacionalmente conhecida como Carbon Footprint, significa a nossa pegada ambiental no mundo, a qual mede a quantidade de dióxido de carbono CO2 que cada pessoa produz em suas ações cotidianas, seja em casa, no trabalho ou no convívio social. A produção de gases de efeito estufa (GEE), que detém o calor na atmosfera, contribui para o aquecimento global.

A medição pelo Ippuc vem sendo realizada anualmente, após o término de cada ano. Em 2013 foi realizada a primeira medição ou inventário das emissões de CO2 nas atividades que envolveram o Instituto em 2012. O inventário, considerado de 1º. de janeiro a 31 de dezembro, apontou que a pegada de carbono pelo Ippuc naquele ano chegou ao total de 264.327,89 kg de CO2. Esse volume dividido pelo número de funcionários do Instituto, composto por 215 pessoas na época, equivale a produção de 1,20 tonelada de CO2 por pessoa. 

O inventário contabilizou desde o deslocamento de funcionários para o trabalho e de volta para casa até a realização de viagens a trabalho, que aparecem respectivamente em primeiro e segundo lugar no ranking das emissões de GEE.

Realizado em 2014, o inventário da pegada de carbono de 2013 somou 247.259,19 kg de CO2, o que contabiliza a produção de 1,22 tonelada de CO2 por funcionário, do total de 202 pessoas. “Houve uma queda no volume total de emissão de gases entre 2012 e 2013, mas o porcentual por pessoa subiu porque ocorreu a transferência de funcionários ou a saída por aposentadoria”, explica Karin. 

Nos dois anos consecutivos, o inventário das emissões de GEE apontou que o deslocamento de funcionários, casa-Ippuc-casa, foi o ponto de maior impacto. “Teve quem descobriu que em seu trajeto fazia mais de 50 quilômetros por dia e não sabia. O levantamento de dados fez com que as pessoas adquirissem maior consciência e a mudança começou com pequenos hábitos. Alguns passaram a usar bicicleta e teve até quem mudou de residência para um lugar mais próximo do trabalho”, conta a engenheira. Em 2012, o deslocamento de funcionários representou 46,30% e 53,11% em 2.013 do total de itens contabilizados.

As viagens de trabalho aparecem em segundo lugar no ranking, representando 23,39% na primeira medição e 13,49% no segundo inventário. Em terceiro lugar está o uso da frota própria do Ippuc, composta por nove veículos, que representou 11,36% em 2012 e 11,01% em 2013. O Plano de Ação para Redução das Emissões de Gases de Efeito Estufa foi elaborado com base nessas duas medições de GEE nos dois anos. “Nas pegadas anuais fazemos a revisão das ações, o que pode ser melhorado e como podemos avançar”, afirma a engenheira. Karin explica que com o desenvolvimento do trabalho o próximo passo será a busca da certificação.

Metodologia Internacional

Os inventários desenvolvidos pelo Ippuc seguiram a metodologia proposta pelo GHG Protocol, que é uma metodologia internacionalmente reconhecida. O GHG Protocol, por meio do Programa Brasileiro GHG Protocol, deixou disponível esta metodologia para inventariar emissões de Gases de Efeito Estufa adequada à realidade brasileira, através da “Ferramenta de Cálculo de Emissões de Gases de Efeito Estufa”.

Estudos promovidos por outras fontes e metodologias apontam que, em média, cada pessoa do mundo tem uma pegada de carbono de 4 toneladas por ano, ou seja, todos nós produzimos cerca de 4 toneladas de dióxido de carbono anualmente na vida cotidiana.