Noventa e seis famílias inscritas na fila da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) tiveram o primeiro contato com a vida em condomínio, na manhã desta quinta-feira (14), na sede da companhia. Os contemplados com apartamentos no Residencial Buriti participaram de uma reunião explicativa sobre as condições para instalação do condomínio.
O empreendimento de 96 unidades foi construído, em parceria com a Caixa Econômica, no bairro Ganchinho para atender inscritos na fila da Cohab com renda até R$ 1,6 mil. A construção significa investimentos de R$ 4,3 milhões, recursos do programa Minha Casa Minha Vida. O novo conjunto fica situado na rua Guaçuí, na esquina com a Eduardo Pinto da Rocha, importante via de ligação entre bairros da região sul da cidade.
A instalação do condomínio é uma exigência legal para o registro do empreendimento em cartório, antes da entrega dos imóveis. A reunião teve objetivo de preparar os futuros moradores para o convívio coletivo. As famílias foram informadas da necessidade de eleger um síndico e criar um regimento interno, que irá determinar quais são as normas que vão detalhar o cotidiano do condomínio, em especial das áreas de uso comum, como parquinho, quadras esportivas, salão de festas e estacionamento.
Quem decide o que será ou não permitido no interior do conjunto serão os próprios moradores em votações nas assembleias. Da mesma forma será definido o valor mensal a ser pago pelo condomínio, de acordo com os serviços que forem implantados, como interfones e portaria.
De acordo com as regras do programa Minha Casa Minha Vida, nesta faixa de renda os beneficiados pagarão pelo imóvel prestações equivalentes a 5% da renda familiar, ou seja, o máximo de R$80, pelo prazo de 10 anos. Após este período, o apartamento estará quitado.
Vida nova
Deixar de arcar com custas de aluguel, para morar em imóvel próprio pagando prestação máxima de R$ 80, permite uma significativa mudança na vida destas pessoas. A vendedora Rosa Aparecida Pereira, 40 anos, vai economizar quase R$ 500 por mês e já planeja colocar em prática um antigo sonho.
Ela mora em uma kitinete no centro da cidade, onde paga R$ 565. “Com esse dinheiro que vai sobrar, finalmente vou poder pagar uma faculdade particular de psicologia. Morar em kitinete é complicado. A visita precisa sentar em cima da cama”, diz bem-humorada.
Quem também vai melhorar de vida é o jovem casal Rodrigo Perussolo e Thalyta Darienzo, ambos de 22 anos. Apesar de novos, eles já têm dois filhos e sofrem para pagar o aluguel de R$ 600 na casa em que vivem no Portão. Atualmente só ele trabalha como mecânico, já que ela precisa cuidar das duas crianças, de três e um ano e meio.
Ao deixar para trás a despesa de aluguel, eles já projetam os futuros investimentos. “Eu quero investir no apartamento, comprar móveis novos para deixar tudo bem bonito”, afirma thalyta. “Vai dar para a gente pensar em pagar prestação de um carro novo”, completa Rodrigo.
Visita
As próximas atividades com os futuros moradores do Residencial Buriti serão uma visita ao empreendimento e a escolha das unidades. No dia da visita, as famílias serão orientadas por técnicos da Cohab e da Caixa para anotarem quais são os apartamentos de sua preferência. Por ordem de sorteio será definida a ocupação das unidades.