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Assistência social

Imigrantes e refugiados encontram orientação e apoio em unidade da FAS

Imigrantes e refugiados encontram orientação e apoio em unidade da FAS. Curitiba 26/07/2019. Foto:Ricardo Marajó/FAS

Quando decidiu deixar a Venezuela e tentar uma nova vida no Brasil o biomédico Alberto Blanco, 43 anos, sabia que encontraria muitas dificuldades. A adaptação a um novo país, uma nova cultura e língua e, ainda, a concorrência no mercado de trabalho teriam que ser desafios a serem vencidos.

O que Blanco não sabia é que em Curitiba, cidade que escolheu para se estabelecer, encontraria a ajuda necessária para a adaptação e o recomeço de vida, junto da mulher e três filhos, de 6, 9 e 13 anos. O apoio ele recebe no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Matriz - unidade da Fundação de Ação Social (FAS) que funciona na Praça Rui Barbosa e criou um trabalho específico para atender pessoas que chegam de outros países.

“Aqui recebemos informações importantes para saber o que fazer e aonde ir. A equipe é boa, receptiva, amigável, é humana”, explica Blanco, pouco antes do início da reunião do grupo, que acontece sempre às sextas-feiras, a partir das 18 às 20 horas. “Se fosse para dar nota, daria 90 para o trabalho e 100 para a receptividade”, brincou.  

Orientação

Morando em Curitiba há um ano e cinco meses, o haitiano Pierre Narcise Chery, 45 anos, também encontra no Cras Matriz o apoio que precisa. “É muito difícil se virar em um novo país quando não se tem orientação. Aqui, se temos algum problema, eles nos ajudam, e isso é maravilhoso”, diz.   

Antes de decidirem morar em Curitiba, tanto Blanco quanto Chery tinham o plano de se estabelecer em Santiago. Pierre chegou a morar na cidade chilena durante dez meses, junto com a mulher, mas depois de um assalto, deixou o país e voltou para a República Dominicana, onde a esposa e agora uma filha de 2 anos vivem até hoje.

Blanco chegou a ir para Santiago há dois anos para sondar a possibilidade de mudança, mas também desistiu. A escolha por Curitiba veio depois de muita pesquisa na internet. “Procurava estabilidade econômica, educação e a possibilidade de futuro. Curitiba tem uma estrutura melhor, principalmente de acesso à assistência”, explica. Blanco está à procura de emprego e disse não ter planos de voltar para a Venezuela, pelo menos a médio prazo.

Chery também faz elogios a Curitiba, cidade indicada por uma amiga haitiana que vive na capital há quatro anos. “Gostei mais do que esperava”, resume o homem que hoje se dedica apenas a um doutorado na área de Educação que faz na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).  

Oficinas

Blanco e Chery fazem parte do projeto Espaço do Cidadão Imigrante, que começou a ser desenvolvido em maio deste ano.

“Desenvolvemos ações articuladas intersetorialmente e com a rede socioassistencial para oferecer atendimento, orientação e encaminhamentos necessários para cada imigrante ou refugiados”, explica a coordenadora do Cras Matriz, Amira Youssef.

Entre os serviços estão encaminhamentos para documentação e cursos profissionalizantes, vale-transporte, cadastro para benefícios sociais e oficinas.

O trabalho faz parte do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif), principal serviço dos Cras. No grupo estão 16 imigrantes e refugiados da Colômbia, Peru, República Dominicana, Venezuela, Haiti, Cuba e Equador, 90% com formação superior, a maioria médicos, dentistas, biomédicos e advogados.

Segundo Amira, no início do projeto, o grupo participou de oficinas preparatórias que trataram de temas, como pertencimento à cidade e ao país, autoestima, autoconhecimento e cidadania. Em seguida, o grupo recebeu informações sobre a rede de serviços oferecida para os imigrantes e também sobre o mundo do trabalho.

Na última sexta-feira (26/7), começaram as oficinas sobre educação financeira, que faz parte do projeto Futuro na Mão, do governo federal. Durante três encontros, os imigrantes aprenderão sobre planejamento do orçamento familiar e equilíbrio das contas.

Em junho, alguns dos imigrantes foram levados ao Teatro Guaíra, onde assistiram ao concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná.