As imagens de cada lote da cidade, com os mínimos detalhes registrados - árvore, rio ou córrego, edificação ou qualquer objeto maior que 50 centímetros - estão agora ao alcance dos técnicos e fiscais da Prefeitura de Curitiba. São imagens do satélite Geoeye, um dos mais avançados sistemas de monitoramento para gestão territorial disponíveis, adquiridas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, e que serão disponibilizadas para os servidores municipais de todas as áreas.
Além da alta resolução espacial, com uma precisão de 50 centímetros, a vantagem do novo sistema, diferente dos outros métodos usados até então, é o processamento digital das informações, que elimina cálculos e comparações manuais. "Ganhamos velocidade de trabalho e maior precisão", diz o chefe do Geoprocessamento da Secretaria do Meio Ambiente, Luiz Miguez.
Com o sistema, os técnicos podem praticamente entrar em cada lote da cidade para avaliar as informações espaciais das imagens, como vegetação, área construída e até se existe córrego no lote. Além do aspecto visual preciso, o sistema faz cálculos de acordo com a necessidade de cada técnico. Com esse nível de detalhamento, o recurso tecnológico será disponibilizado para todos os setores da Prefeitura, principalmente Finanças e Urbanismo.
Um dos primeiros produtos gerados pelo novo sistema será a atualização do mapa com o índice da área verde de Curitiba. O trabalho que no método antigo levaria no mínimo 6 meses para ficar pronto, será feito em no máximo um mês.
O mapa da área verde será detalhado com informações dobre maciços florestais, arborização viária, áreas públicas e privadas e outros elementos separadamente. As imagens serão usadas também para fiscalização e licenciamento ambiental.
"É possível comparar imagens num determinado período e ver o que mudou nesse tempo dentro de um lote. Caso seja constatadas alterações na vegetação ou em outro aspecto do terreno, a fiscalização é acionada diretamente para o endereço", explica Miguez.
Os dados do Geoeye podem ser usados para acompanhar o aumento na área construída de cada lote, permitindo a Prefeitura atualizar dados de cálculo do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). "O sistema processa a área construída, e o técnico pode confrontar a imagem com os dados do lote registrados na Prefeitura, e se houver sinal de aumento de área construída, um fiscal vai diretamente no lote verificar", diz Miguez.