A Fundação de Ação Social (FAS) promoveu nesta terça-feira (23/9), no auditório da Rua da Cidadania Cajuru, o 3º Encontro Regionalizado do Serviço de Família Acolhedora, iniciativa que busca ampliar a divulgação do programa e incentivar a participação da sociedade. O serviço é voltado a crianças e adolescentes afastados de suas famílias por medida protetiva e oferece uma alternativa ao acolhimento institucional.
O evento reuniu servidores municipais de diversas áreas, lideranças comunitárias, representantes da rede socioassistencial, conselheiros tutelares e integrantes da Rede de Proteção.
A coordenadora de Alta Complexidade da FAS, Carla de Souza, destacou a importância do encontro.
“Queremos que mais pessoas conheçam o Família Acolhedora e se tornem multiplicadoras dessa informação em seus locais de trabalho, entre amigos e na comunidade”, disse Carla.
Mais cuidado
O coordenador da Acridas, Jefferson Nunes, instituição contratada pela FAS para capacitar famílias acolhedoras, explicou que a modalidade garante mais proximidade e cuidado às crianças. “O Família Acolhedora é importante porque, ao invés de ficarem em instituições, as crianças e adolescentes são acolhidas temporariamente em casas de famílias, em um ambiente que favorece o desenvolvimento”, afirmou.
A experiência prática foi contada por Priscilla de Mello, que já acolheu três crianças desde 2021. “O Família Acolhedora é você trazer o melhor que tem e estar aberto para aprender. O que essas crianças têm para nos ensinar é muito mais do que eu vivi na minha vida”, disse.
Além do serviço, o encontro apresentou o Projeto Dindo, da Associação Jus Cidadania, que oferece modalidades de apadrinhamento afetivo, em grupo ou financeiro, para crianças e adolescentes que vivem em instituições de acolhimento.
Trabalho na comunidade
Para Damareis Carlos Laurino da Silva, presidente da União das Associações e Clubes de Mães e Esporte do Cajuru, conhecer o serviço foi importante. “Eu já tinha ouvido falar, mas não sabia como era o funcionamento. Vim para conhecer, é importante para a gente que trabalha nas comunidades, onde surgem situações em que precisamos direcionar as crianças e adolescentes. Na comunidade tem muitas crianças que precisam de uma família, é uma região bastante carente”, afirmou.
A técnica de enfermagem Andrea Aparecida Correia de Camargo, servidora da Prefeitura de Curitiba, também fez questão de participar. Com experiência pessoal no acolhimento, ela destacou a importância da iniciativa. “Fui acolhida dos 8 aos 15 anos em uma instituição religiosa e sou grata a tudo que recebi lá. Mas vejo que o Família Acolhedora é uma oportunidade muito boa para quem precisa desse cuidado”, disse.
O serviço
Criado em 2019, o Família Acolhedora já atendeu mais de 100 crianças e adolescentes em Curitiba. Atualmente, o serviço tem 24 famílias habilitadas, sendo que 16 estão acolhendo 17 crianças e adolescentes. As famílias recebem um subsídio mensal de R$ 998 para despesas de alimentação, higiene e transporte.
Para ser uma família acolhedora é preciso preencher o cadastro no site da FAS. Os interessados passam por capacitação, avaliação psicológica e psiquiátrica conduzidas pela Acridas, que também faz o acompanhamento das famílias durante todo o processo. O acolhimento só ocorre mediante decisão do Ministério Público ou do Conselho Tutelar em casos de abandono, maus-tratos ou negligência.
Mais informações estão disponíveis pelo e-mail familiaacolhedora@curitiba.pr.gov.br ou pelos telefones (41) 3250-7970 e 3250-7444.
Presenças
Participaram do encontro o administrador regional Cajuru, Agostinho Crepvile, Filho, a supervisora Núcleo FAS Cajuru, Cláudia Regina Bronner Foltran que fez um balanço sobre a assistência social na Regional, e a coordenadora do projeto Dindo, Karisa Berri Ferreira.