Quatro famílias que viviam em situação de risco receberam as chaves de suas novas casas nesta quinta-feira (30), na Cidade Industrial de Curitiba. São moradias construídas com um novo sistema construtivo que garante maior agilidade na produção. As casas foram doadas por uma empresa privada para avaliação da aplicação do novo método no setor de habitação de interesse social. A entrega das unidades contou com a presença do prefeito Gustavo Fruet.

“Estamos em busca de novas tecnologias que possam aumentar a agilidade na construção de casas populares. Pelo que podemos ver são casas construídas rapidamente e com pouca geração de impactos ambientais. Após a ocupação por parte das famílias, faremos uma avaliação sobre a habitabilidade das moradias”, afirma o prefeito.

Sem utilizar tijolos nem cimento, as casas erguidas pelo novo sistema são compostas por painéis feitos de fibra de vidro, resinas epóxicas e polisocianurato, confeccionados na indústria e levados prontos para o canteiro de obras. De acordo com a equipe da empresa, a combinação dos materiais foi amplamente testada, com aprovação da sua eficiência. A tecnologia, inédita no Brasil, permite que uma casa seja contruída em 48 horas.

As famílias não pagarão pelas construções, apenas pelos terrenos. Em contrapartida, os moradores aceitaram participar de avaliações periódicas sobre as condições de uso das casas.

Casa própria

As moradias foram doadas pela IT Sistemas Construtivos, que é a detentora da patente da tecnlogia. A empresa ficará responsável por acompanhar de perto a situação das casas após a mudança das famílias.

Os moradores atendidos faziam parte do chamado cadastro emergencial do serviço social da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), que abrange situações de risco físico ou social em que é necessário atendimento mais ágil. Os casos emergenciais podem ser encaminhados por outros órgãos da Prefeitura, como as Administrações Regionais e a Fundação de Ação Social, ou – o que é muito comum – pelo Ministério Público.

A família de Mayra Silva de Amaral, de 24 anos, vai deixar de morar de favor no terreno cedido pela mãe, no Alto Boqueirão. Mayra, o marido Everton, de 27 anos, e a filha Mayane, de 3 anos, estavam contando as horas para realizar o sonho da casa própria. “É muita alegria receber estas chaves, é o sonho de qualquer pessoa. A casa é bonita, confortável, uma maravilha. Já vamos trazer o  caminhão com a mudança neste final de semana”, destaca.

A aposentada Regina dos Reis, de 47 anos, que vai morar com a neta Ayne, de 12 anos, ficou satisfeita com as condições. “Para nós foi ótimo. Vamos pagar o valor do terreno, parcelado em prestações que não vão pesar no orçamento. A casa ficou ótima, só tenho motivos para comemorar e agradecer”, diz.

“É muita emoção receber esta casa. No lugar onde eu estava passamos muita dificuldade, a casa era muito antiga e estava caindo. Dava medo, não tinha certeza de que quando eu acordasse se a casa ia estar de pé. Aqui nossa vida vai começar de novo”, disse João Pereira, de 65 anos.

Vantagens

Enquanto o modelo convencional apresenta perdas de materiais em torno de 30%, o novo método reduz este percentual para entre 2% e 3%. Além de evitar o desperdício, o canteiro de obras fica mais limpo e organizado.

A única estrutura que se assemelha ao método convencional é a fundação radier,  que é uma laje de concreto armado sobre a qual são instaladas as placas que compõe a moradia. Canaletas de fibra de vidro e resina são instaladas na fundação e nelas são encaixados os painéis que formam as paredes da casa. A fixação dos painéis é feita com uma cola especial, de grande resistência.

As instalações elétricas e hidráulicas vêm embutidas nos painéis que formam as paredes da casa. Os materiais utilizados no sistema novo não apresentam problemas como fissuras, infiltrações, emboloramento, descascamento da pintura ou deterioração precoce.

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