Flávia Pires Lima, 25 anos, nasceu em um dia de enchente na Vila Higienópolis, no Bairro Alto. Em trabalho de parto e com a água pela cintura, sua mãe precisou ser carregada até a ambulância. E foi às margens do Rio Atuba que Flávia cresceu e formou família. Nesta terça-feira (31/10), ela foi contemplada com uma casa no Moradias Faxinal, no Santa Cândida, e finalmente vai viver em segurança, longe de enchentes.
“Eu cresci ouvindo essa história do dia do meu nascimento, toda a vizinhança conhece. Durante a vida foram muitas enchentes que enfrentamos, só nos últimos cinco anos foram três vezes que perdemos móveis. Mudar para uma casa nova, com as ruas asfaltadas, é a realização de um sonho”, conta ela, que é mãe do Igor, de seis anos, e está grávida novamente.
A Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) reassentou nesta semana 20 famílias para o Moradias Faxinal. O conjunto terá um total de 125 casas e todas já deveriam ter sido entregues à população. Porém a obra, contratada junto à Caixa Econômica em 2015, foi abandonada pela gestão anterior.
Retomada
A retomada e conclusão do empreendimento com recursos próprios foi um dos compromissos assumidos pelo prefeito Rafael Greca. “Encontramos estas casas inacabadas, abandonadas e com o financiamento perdido. Investimos R$ 5,2 milhões de recursos da Prefeitura para concluir a construção e entregar as moradias para a população”, explica o prefeito.
Do total de casas, 65 já foram entregues e outras 20 serão liberadas até o fim do ano. Todas as unidades estão destinadas para famílias que vivem em situação de risco social na bacia do Rio Atuba.
A manicure Juliane dos Santos, 31 anos, também se mudou para uma das casas do Moradias Faxinal. Ela vivia com os dois filhos em um uma moradia precária, de apenas um quarto, embaixo de linhas de alta tensão. A filha mais velha, Ana Luiza, 14 anos, é a mais empolgada da família, pois pela primeira vez terá um quarto só para ela.
“Na casa antiga eu dividia o quarto com minha mãe e meu irmão. Agora vou até fazer uma chave e colocar placa na porta para ninguém incomodar quando eu estiver fazendo minhas orações”, destaca a jovem.