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Habitação

Famílias que moravam na margem de linha férrea recebem casas novas

Moradores da Vila Parque Náutico, no Alto Boqueirão, estão sendo transferidos nesta semana para novas moradias no Residencial Parque Iguaçu III, no bairro Ganchinho. Curitiba, 17/09/2013 Foto: Everson Bressan/SMCS

Moradores da Vila Parque Náutico, no Alto Boqueirão, estão sendo transferidos nesta semana para novas moradias no Residencial Parque Iguaçu III, no bairro Ganchinho. As 113 famílias sofriam ameaça de despejo em virtude de uma ação de reintegração de posse movida pela América Latina Logística (ALL), empresa responsável pela faixa não edificável das margens da linha férrea - local onde viviam as famílias.

A ordem de despejo já havia sido expedida, com autorização do uso de força policial para remover as famílias do local. Porém, a situação foi revertida pela atuação da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), que firmou um termo de cooperação com a ALL, se comprometendo a buscar uma solução para abrigar estas famílias. Em contrapartida, a ALL suspendeu o cumprimento da ordem de despejo.

As famílias saem de uma situação insalubre, pois além das precárias moradias serem encostadas na linha do trem, no local há torres de alta tensão e um córrego poluído. “A gente vivia no meio de alagamentos toda vez que chovia. Tinha muito rato, sujeira. Quando o trem passava tremia a casa toda”, conta a salgadeira Marlene Teresinha da Silva, de 56 anos, moradora da Vila Parque Náutico há 15.

Nesta terça-feira (17) ela deixou a área imprópria para moradia e se mudou para um novo sobrado no Parque Iguaçu III. “Na outra casa eu tive vergonha de levar minhas amigas. Agora vai ser diferente, o sobrado é lindo, vou deixar ele todo arrumado para receber visitas”, afirma Marlene, que mora com o filho Diego, de 24 anos.

A pensionista Lucimar Leal Miranda, de 50 anos, moradora da vila há 30 anos, conta que convivia com os ratos, mau cheiro e alagamentos. Essa realidade ficará para trás, pois na terça-feira (17) ela se mudou para o sobrado novo. “Ficou muito bonito o conjunto e o melhor de tudo é que meus filhos aqui serão meus vizinhos”, destaca.

Histórico

A ocupação irregular teve início em meados da década de 80 nas margens da linha férrea. A faixa até 15 metros de distância dos dois lados dos trilhos possui restrições habitacionais, pois há risco para os moradores. Em 2008, a América Latina Logística (ALL), empresa que detém a concessão da linha férrea, entrou com ação de reintegração de posse para remover as famílias do local.

Na época, a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) assinou um termo de cooperação com a ALL, comprometendo-se a mapear, cadastrar e buscar recursos para reassentar estas famílias, em contrapartida a ALL suspendeu a ação de reintegração de posse.

Além das 113 famílias que estão deixando a Vila Parque Náutico para viver no Residencial Parque Iguaçu III, em 2012 foram reassentadas 32 famílias no Moradias Boa Esperança I, conjunto construído no bairro Tatuquara.

Empreendimento

O Residencial Parque Iguaçu III é formado por 560 sobrados e 83 casas térreas. Do total de unidades habitacionais, 278 unidades foram reservadas para inscritos na fila da Cohab e as outras 365 estão sendo destinadas para famílias que saem de ocupações irregulares em áreas de risco social. A construção do conjunto representa investimento de R$ 28,9 milhões, recursos do programa Minha Casa Minha Vida.

Além dos moradores da Vila Parque Náutico, o conjunto vai receber famílias oriundas das vilas Belo Ar, Ipiranga, Bons Amigos, Barracão, Icaraí, Cristo Rey, 23 de Agosto, Pantanal, Vila Nova, Campo Cerrado, São Carlos, Atuba, José Baggio, Henry Ford, Leopoldo Landal e Parolin.