O Mercado Municipal abriga até o final de agosto uma exposição de fotografias para marcar o mês de aniversário do local. Três momentos distintos são apresentados pelas imagens, que se subdividem em três pequenas mostras: “Aspectos do Comércio no Início do Século 20”, “Curitiba Branca de Neve” e “Do Alto do Mercado”. A exposição é uma das atrações programadas para o mês de aniversário do Mercado.

A mostra “Do Alto do Mercado”, que está entre o setor de orgânicos e o antigo prédio, reúne 17 imagens coloridas do fotógrafo Luiz Pacheco, que apresenta seu olhar contemporâneo sobre o Mercado Municipal. Todas as imagens foram clicadas sob uma perspectiva de quem olha de cima, como um observador mudo e invisível das cenas cotidianas. O que interessa ao fotógrafo são as pessoas. “O que faz o local são as pessoas. Os comerciantes, os consumidores trazem a alma para o lugar. Só as frutas e verduras seria a contemplação de uma natureza morta”, analisa.

Pacheco é funcionário da Secretaria Municipal de Abastecimento, há 22 anos, e há um ano atua na administração do Mercado, localizada na parte superior do setor de orgânicos, que constitui a ala nova do lugar. Fotografar é um hobby e uma paixão que Pacheco desenvolve nas horas vagas. “O fato de trabalhar no lugar desafia a olhar, a ver o mercado com um olhar diferente. Por freqüentar o mezanino comecei a observar que havia cenas muito interessantes e sob outra perspectiva”, conta.

Apesar da modernidade que a ampliação do espaço agregou ao Mercado, para quem têm o olhar da arte a parte antiga conserva uma atmosfera especial. “O mercado é extremamente fotografado, de todos os ângulos, sob diversos focos. Eu gosto mais da parte antiga, acho que tem mais a cara do mercado tradicional, com pessoas entrando e saindo o tempo todo”, avalia o fotógrafo.

Décadas passadas  

As outras duas mostras exibem imagens em preto e branco e as obras pertencem ao acervo da Casa da Memória de Curitiba. A primeira, com nove painéis e texto de apresentação da historiadora Roseli Boschilha, exibe aspectos do comércio da cidade no início do século 20. Ela está próximo ao hall da entrada nova do Mercado, pela Av. Sete de Setembro. As imagens são de prédios e comércios que são e foram emblemáticos na época, como a Casa Crystal da família Wendler, a Casa Porcelana, que fica entre a Rua Riachuelo e São Francisco, e o Palacete Hauer, que era tradicional na venda de vestuário, localizado na Rua Riachuelo. As cenas também mostram estabelecimentos instalados na Rua 15 de novembro, Comendador Araújo e José Bonifácio.

O terceiro núcleo, chamado Curitiba Branca de Neve, é composto por 15 painéis que destacam dois anos em que houve uma forte queda de neve em Curitiba. Sete painéis, expostos na Praça da Convivência, entre as bancas de hortifrutigranjeiros, com 15 fotografias, retratam o fenômeno que ocorreu em 30 de julho de 1928. Outros oito painéis, com 14 imagens, mostram a neve de 15 de julho de 1975. Os trabalhos têm autoria diversificada, alguns sem identificação, e outros de profissionais como João Batista Groff (1897-1970), que foi fotógrafo, cineasta e pintor.      

Programação de aniversário do Mercado Municipal

Mercado Municipal de Curitiba:

Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1865

Horário: aberto às segundas-feiras das 7h às 13 horas, de terça a sábado das 7h às 18 horas e aos domingos das 7h às 15 horas.