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Imigração e inclusão

Estudantes estrangeiros têm atendimento inclusivo na rede municipal

Estudante do 5º ano da Escola Municipal Doutor Pedrosa, Genesis Andrelina Reyes, refugiada da Venezuela. - Na imagem com a professora Giseli Fernandes. Curitiba, 16/04/2019. Foto: Valdecir Galor/SMCS

Os sonhos de Genesis Andrelina Reyes, 11 anos, que vive como refugiada em Curitiba, são ter a mãe vivendo com ela no Brasil e ser uma vaqueira. Os desejos foram revelados no texto autobiográfico escrito pela menina durante a Prova Curitiba, aplicada na Escola Municipal Presidente Pedrosa, no Portão, onde está matriculada.

“Quero ser vaqueira porque amo cavalos. Algumas pessoas tiram sarro, acham estranho, mas eu vou fazer o que eu gosto que é ser vaqueira”, escreveu Genesis. “Quero montar os cavalos, cuidar dos animais, andar em campos verdes e tranquilos”, explicou a menina.

Separada da mãe desde janeiro, quando veio com a avó e um irmão mais velho para o Brasil, em busca de uma vida melhor, a menina conta na prova como é administrar a saudade da família e dos amigos que ficaram para trás, na Venezuela.

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O texto foi escrito em espanhol, em uma das questões da Prova Curitiba, o instrumento de avaliação aplicado em março para mais de 72 mil estudantes da rede para acompanhar sistematicamente o conhecimento deles em Língua Portuguesa e Matemática. A produção da estudante foi avaliada considerando as especificidades do contexto e sob os princípios de inclusão e equidade presentes na rede.

A superintendente de Gestão Educacional da Secretaria Municipal da Educação, Elisângela Mantagute, explica que acolher as crianças, estudantes e famílias vindas de outros países ou estados é um trabalho fundamental para a garantia do direito à educação de todos.

“Além do trabalho pedagógico fundamental à tarefa da Secretaria da Educação, há sempre um trabalho cuidadoso e amoroso para a garantia e reparação dos direitos fundamentais dessas pessoas. Educar é acolher, é receber”, diz Elisângela.  

Boa aprendizagem

A estudante foi acolhida pelos colegas e profissionais da escola e sua adaptação tem sido rápida, segundo a avaliação da pedagoga Gilcélia Cornelsen. “Socialmente ela está muito bem inserida e mesmo com a semelhança dos idiomas existem adaptações que estamos fazendo para garantir a ela uma boa aprendizagem em Língua Portuguesa”, conta Gilcélia.

Genesis acompanha as aulas com a turma do 5º ano e inicia nas próximas semanas aulas de Língua Portuguesa, no contraturno.  “Aqui é muito bom, a escola é maravilhosa, tenho amigos e o carinho da professora, da pedagoga e da diretora”, diz Genesis.

O constante sorriso no rosto da estudante não dá pista do esforço que ela faz para ter esperança em um futuro melhor. “Quando todos estiverem juntos vai ser muito bom viver aqui”, diz a estudante.

A professora Giseli Fernandes destaca a responsabilidade e o esforço da menina para acompanhar os colegas em sala. “Eles acabam se ajudando e ensinando uns aos outros. Ela aprende rápido”, garante a professora.


Prova Curitiba vai subsidiar organização de políticas púbicas para educação municipal

Genesis foi uma entre os estudantes do 2º ao 9º do Ensino Fundamental das 183 escolas municipais avaliados na Prova Curitiba.

O resultado sobre o processo de aprendizado dos estudantes servirá para a Secretaria da Educação redimensionar ações, desenvolver planejamentos e a organização do trabalho pedagógico nas escolas. A avaliação identifica os pontos fortes e as áreas em que é necessário reforçar ações para avançar na qualidade do ensino.

Atualmente, a rede municipal de ensino tem 485 crianças e estudantes estrangeiros, de 37 nacionalidades. O desempenho deles na Prova Curitiba, além do acompanhamento nas escolas, servirá para pautar novas ações e garantir um bom percurso escolar e uma política pública efetiva de acolhimento.

“A rede municipal de Curitiba tem um olhar cuidadoso a todos os aspectos de inclusão, diversidade e equidade”, explica Luciana Zaidan, gerente de Currículo do Departamento na avaliação de Língua Portuguesa.