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Inovação

Estudantes curitibanas criam isolante térmico com material descartável

Estudantes curitibanas conquistam o 1º lugar em Desenvolvimento Sustentável na 14ª FIciências, maior feira científica do Paraná. Curitiba, 28/10/2025. Foto: Hully Paiva/SECOM

O inverno terminou em setembro, mas continua muito vivo no cotidiano dos curitibanos. Já estamos em plena primavera, mas ainda não dá para sair sem “japona” porque o clima frio persiste na cidade.

Foi nesse cenário cinzento e da importância em ter uma casa com ambiente de temperatura agradável, que nasceu o projeto de duas alunas do segundo ano do ensino médio do Sesi Boqueirão, de criar um isolante térmico reaproveitando materiais descartados pela indústria.

Maísa Mendes Calaça e Julia Anita Sutil da Silva, ambas de 16 anos, conceberam um isolante térmico para a construção civil utilizando tecidos descartados e isopor, materiais gerados pelas indústrias petrolífera e têxtil, dois setores que estão entre os que mais causam impacto no meio ambiente.

Barato e sustentável

Maísa contou que a ideia do projeto surgiu com o objetivo de criar uma opção mais barata de isolante térmico, que é um componente importante na construção civil, mas que tem um custo elevado.

Para materializar a ideia, as estudantes contavam com matéria-prima abundante. No polo das malhas da Rua Dr. Bley Zornig, elas captaram a doação de uma boa quantidade de retalhos de tecidos que são normalmente descartados. O isopor veio das embalagens de equipamentos.

“Surgiu a ideia de reutilizar o isopor, que é derivado da indústria petrolífera, e o tecido, que vem do setor têxtil, que são as duas mais poluentes do planeta. Basicamente, a nossa metodologia foi a de derreter o isopor com um solvente atóxico chamado limoneno, que é feito a partir da casca de frutas cítricas, e juntar essa mistura do isopor derretido com tecidos específicos, como o poliéster, lã ou acetato, que são tecidos que já têm propriedades térmicas”, contou Maísa.

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Maísa Mendes Calaça, estudante.

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Ideia premiada

A ideia tem sido muito bem recebida, tanto que o projeto do isolante térmico já recebeu várias premiações, a mais recente delas na 14ª Feira de Inovação das Ciências e Engenharias - FIciências 2025, de Foz Iguaçu, conquistando primeiro lugar na categoria Desenvolvimento Sustentável e terceiro lugar na modalidade de Ciências Exatas e da Terra.

Julia, que é estagiária da Administração Regional Boqueirão, disse que o foco da dupla agora é evoluir a ideia.

“A gente pretende evoluir o nosso trabalho. Atualmente é só uma placa de isolamento térmico, mas a gente já tem um protótipo com um material que é também isolante acústico. Nós pretendemos fazer testes para ver se este material também tem essa capacidade de isolamento térmico e acústico”, explicou Júlia.

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Julia Anita Sutil da Silva, estudante

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Mercado de Curitiba

Se o projeto prosperar encontrará na capital paranaense mercado fértil. Além do frio persistente em boa parte dos dias, a maior parte das construções não são preparadas para aguentar variações de temperatura.

O maior problema de investir em vidros mais grossos e paredes duplas está no custo proibitivo da construção. É justamente aí que um isolante térmico com custo viável pode se encaixar.

Encontrando soluções

De acordo com a professora de Iniciação Científica do Sesi Boqueirão, Maria Laura Rudinik, que foi orientadora do projeto, a disciplina instiga os alunos para que encontrem soluções para indústria com propostas que envolvam a sustentabilidade, que além de reduzir drasticamente o impacto ambiental, tem um custo muito menor.

“As meninas encontraram estes problemas do descarte incorreto do resíduo têxtil e do isopor e partiram para criar um projeto que conseguisse reutilizar esses resíduos para fazer uma coisa sustentável”, disse a professora.

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Maria Laura Rudinik, professora.

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Curso e mentoria

Além das premiações em feiras, as estudantes também foram presenteadas com um curso e mentoria para desenvolver o projeto.

“Como isso, a gente também ganhou um curso lá em Foz do Iguaçu, que vai acontecer ano que vem. Então eles vão pagar nosso hotel para a gente voltar e para fazer uma mentoria com as meninas para melhorar cada vez mais o nosso projeto e tornar ele viável”, comemorou a professora.