A popularização dos carros elétricos passa, fundamentalmente, por três pilares: infraestrutura, autonomia e preço do veículo. E várias empresas com sede em Curitiba estão apostando em soluções para que estes veículos movidos a energia limpa cheguem o mais rápido possível às garagens dos curitibanos.
O futuro deste segmento foi debatido, nesta quarta-feira (17/10), no seminário Mobilidade 4.0, que reuniu, no Engenho da Inovação, especialistas em tecnologia de ponta da indústria, energia e gestão. Os carros movidos à bateria dominaram as apresentações.
Engenheiro eletricista da Copel Distribuição e integrante do projeto de redes inteligentes de energia elétrica (Smart Grid) da estatal, Zeno Luiz Iensen Nadal revelou que a empresa paranaense vai inaugurar, em novembro, a primeira eletrovia do País, com postos de recarga de veículos elétricos. Serão, inicialmente, 11 eletropostos ao longo da rodovia 277, entre Paranaguá e Foz do Iguaçu. Atualmente, quatro pontos (Paraguaná, Curitiba, Irati e Foz) já estão em operação e o abastecimento de 100% da bateria dos automóveis é feito em 40 minutos.
De acordo com Nadal, os pontos de recarga da eletrovia estão sendo distribuídos de forma estratégica, distantes cerca de 100 quilômetros um do outro. Em média, os carros elétricos têm autonomia para rodar 120 quilômetros. O engenheiro da Copel avalia que será inevitável para as distribuidoras de energia que quiserem sobreviver no mercado brasileiro despertem para a digitalização, a descentralização e a descarbonização da economia com os carros elétricos.
Autônomos
Segundo Ivantídio Mendes, chefe de Projeto Motor do Renault Tecnologia Américas, montadora com quatro modelos elétricos já produzidos (Zoe, Twizy, Kangoo e Master), novos conceitos movidos à bateria acabam de ser apresentados pelos franceses, inclusive, autônomos. “Um exemplo é o EZ-Ultimo, exposto no Salão do Automóvel de Paris e idealizado como um veículo autônomo e luxuoso para o transporte de passageiros”, explicou.
Mendes acredita que os veículos autônomos e elétricos estão rapidamente chegando a um nível de maturidade que vai permitir implantações iniciais para os consumidores. Ele lembrou que um grande grupo de empresas está desenvolvendo ativamente sistemas automáticos de condução completos e os componentes que entram nesses sistemas, incluindo OEMs automotivos (fabricante do equipamento original), fornecedores, empresas de tecnologia não automotiva e startups.
Paulo Afonso Ritter Gomes, diretor da consultoria da G2 Inteligência em Gestão, avaliou que empresas como Renault e Copel estão no caminho certo para serem inovadoras e sustentáveis. “Para continuar na batalha do mercado, as organizações precisam facilitar a vida dos usuários, não causar impactos negativos no meio ambiente e terem seus produtos disponíveis para o maior número de pessoas”, justifica ele.
O seminário Mobilidade 4.0 foi promovido pelo Vale do Pinhão, o movimento da Prefeitura e do ecossistema da cidade para incentivar ainda mais o ambiente da inovação da cidade.