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Boqueirão

Escola transforma refeitório em ambiente de aprendizagem

Alimentação escolar como parte do processo de aprendizagem no CEI Professora Maria Augusta Jouve no Alto Boqueirão. Na imagem, monitoras Giovanna Lopes, Iamylly Souza e Bianca Nardone. Curitiba, 28/06/2018 - Foto: Luiz Costa /SMCS.

A hora do almoço, do jantar ou do café também são momentos para aprender compartilhar experiências. Foi pensando nisso que a equipe da Escola Municipal CEI Professora Maria Augusta Jouve, no Alto Boqueirão, decidiu transformar o intervalo das refeições num momento especial, com ambientes agradáveis e acolhedores, que reflitam o respeito que a escola tem com as crianças. 

A professora Ângela Maria dos Santos, que atua com Práticas Ambientais, conta que havia desperdício, muita agitação e resistência à diversidade de alimentos servidos na unidade. A alternativa foi iniciar o modelo self service, no qual a criança se serve sozinha. “Assim valorizamos a autonomia dos estudantes, sem deixar de incentivar a escolha delas para que experimentem comidas ainda desconhecidas. Essa organização fez com que concentração, equilíbrio e hábitos de convivência fossem incluídos na rotina das crianças. Foi uma grande transformação”, explica Ângela.

O uso de garfo e faca, ao invés de colheres, também contribuiu para modificar a hora do almoço de cerca de 300 crianças da educação em tempo integral. “Essa é uma estratégia para seguir o que eles têm em casa e compor melhor a apresentação do prato”, disse a professora.

Lugar que acolhe

A escola percebeu a importância de cuidar do refeitório como um espaço de aprendizagem depois de avaliar o comportamento dos estudantes na hora do almoço. O cenário do refeitório, lugar onde crianças eram servidas ou sentavam à mesa e comiam rapidamente, foi transformado em um lugar mais acolhedor.

“Optamos pelo sistema self service porque ele dá autonomia às crianças na hora da escolha, colabora no processo de reeducação alimentar e promove uma mudança de comportamento”, conta a diretora Carla Aparecida Cavichioli.

A alimentação é servida em um balcão térmico e apresenta diariamente diferentes opções de cardápio, com frutas, legumes e hortaliças. Além disso, mesas decoradas, utensílios especiais para alimentação e a presença dos monitores fazem a composição do refeitório. “Aqui tem todo alimento que preciso e a atenção de colegas que se reúnem como num restaurante”, conta Stanley Candio, 7 anos.

Diariamente, além da equipe da escola, o horário do almoço conta também com crianças monitoras que preparam as mesas, ajudam a organizar filas, a orientar as crianças para levar pratos e talheres aos lugares corretos após a alimentação e a separar restos orgânicos dos recicláveis.

“Adoro ser monitora. Aqui estamos aprendendo que almoço não é só comida. Também aprendemos o valor do 'por favor', 'obrigado', da presença dos amigos e exercitamos os conteúdos da sala, como sustentabilidade”, explica a estudante Bianca Cristina Nardone, 10 anos.

“Achei o trabalho desafiador e surpreendente. Vejo minha filha mais independente, segura, tendo prazer em saborear a comida e aproveitando as refeições em família”, conta Débora Pereira, mãe da Cecília, de 5 anos.

“A mudança foi significativa. Meu filho passou a exigir que arrumássemos a mesa e sentássemos juntos para tomar café da manhã, almoçar e jantar”, afirma a Luiz Carlos Pilan, pai de Patrick Luiz Pilan, 5 anos.