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Educação

Educadoras estimulam vontade de investigação em crianças de educação infantil

A turminha de maternal um, formada por 21 crianças de 1 ano e sete meses até 2 anos de idade, do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Arnaldo Carnasciali, no Sítio Cercado, encontrou a sala de atividades modificada na manhã desta sexta-feira (09). Foto: Valdecir Galor/SMCS

A turminha de maternal um, formada por 21 crianças de 1 ano e sete meses até 2 anos de idade, do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Arnaldo Carnasciali, no Sítio Cercado, encontrou a sala de atividades modificada na manhã desta sexta-feira (09). Diferentes materiais, objetos coloridos com várias texturas e tamanhos retirados do cotidiano delas, porém inéditos nas atividades do CMEI, foram apresentados aos pequenos para incentivar o interesse pela investigação e a descoberta e assim promover o aprendizado entre meninos e meninas.

Utensílios de cozinha, panos, formas e dezenas de outros elementos foram selecionados e organizados pelas educadoras Selene da Silva, Débora Martins e Larice da Silvano interior da sala. Diferentemente de outras oportunidades de trabalho com cantos de aprendizagem, desta vez, a escolha e disposição de cada um dos objetos seguiram uma intenção e programação.

O objetivo do trio foi colocar em prática parte dos conceitos aprendidos um dia antes, durante a formação profissional feita com o especialista em educação infantil e organização de escola, Paulo Sérgio Fochi.  As três fizeram parte do primeiro grupo de educadoras municipais a participar do Ciclo de Palestras sobre Protagonismo Infantil, realizado pela Secretaria Municipal da Educação, no Teatro da Federação Espírita do Paraná.

O evento foi organizado pelo departamento de Educação Infantil da Secretaria Municipal da Educação, dentro da programação de formação continuada em serviço. Até setembro, serão realizados diferentes encontros, com pequenos grupos até que 8 mil profissionais da educação infantil sejam capacitados.

Com o tema Protagonismo Infantil, o especialista em cuidar e educar a criança pequena, e consultor da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba, fez reflexões e provocou suposições sobre o que é ser um professor de bebês, sobre como deve ser uma escola que acolhe a educação infantil na sua especificidadeao invés de configurar meramente outras etapas da educação.

“Termos como protagonismo e experiência educativa centrada na criança estão muito em voga”, disse Paulo Sérgio Fochi.  Mas o fundamental, explicou o especialista, é que se compreenda o protagonismo infantil como uma questão de concepção. “Não se resume a nominação de tópicos do que é necessário para que haja protagonismo, mas definir no projetopedagógico da escola, do CMEI como criar as verdadeiras condições para a que a criança seja ela, na sua totalidade, o foco do desenvolvimento pedagógico”, disse Fochi.

Tornar a criança o centro do aprendizado, respeitando e valorizando os seus tempos é a defesa de Fochi para uma educação às experiências de aprendizagem a partir da ótica da criança, e não na do adulto. “Para isso é preciso que a escola incorpore no dia a dia as experiências concretas de vida da criança. De nada adianta, por exemplo, querer ensinar sobe nutrientes e alimentação saudável se as crianças não tiverem respeitados os seus tempos na hora de se alimentar”, disse Fochi.

Um dos equívocos cometidos em instituições que ensina crianças pequenas, salientou Fochi, é determinar um tempo de 15 a 20 minutos para que as crianças se alimentem. “Estipular um tempo para o almoço, a merenda na fase em que as crianças estão aprendendo a equilibrar o garfo, movimentá-lo sozinho até a boca, saborear sabores e texturas do alimento é um exemplo de experiência determinada a partir da necessidade do adulto, do educador e não da criança”, disse Fochi.