A suspensão da lavagem externa de ônibus e estações-tubo está rendendo uma economia diária de 1.085.100 litros de água m Curitiba. A medida foi adotada na última quarta-feira (19) pela Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), empresa da Prefeitura de Curitiba que gerencia o transporte público na capital e mais 13 municípios da região metropolitana participantes da Rede Integrada de Transporte (RIT).
Os 2.100 ônibus que fazem as 390 linhas da RIT deixaram de ser lavados por fora, assim como as 351 estações-tubo. Cada ônibus precisa, em média de 500 litros de água para a lavagem externa. A limpeza é feita diariamente, com consumo médio de 1.050.000 de litros. Para a lavagem de cada estação-tubo são necessários 100 litros de água, que resultam num gasto diário de água de 35.100 litros.
O diretor de transporte da Urbs, Fernando Ghignone, esclarece que não havia desperdício, mesmo antes do racionamento imposto às empresas operadoras. A maioria das 22 empresas privadas que operam as linhas da RIT tem poços artesianos, e algumas delas já usavam sistemas de reciclagem de água. "Mas a água dos poços sai dos lençóis freáticos e também compromete o abastecimento, por isso também precisa ser economizada", afirma o diretor.
A empresa Glória é uma das operadoras do transporte coletivo que recicla a água da lavagem dos ônibus. "Mesmo assim precisamos misturar a água reciclada com água limpa, meio a meio", explica Roberto Rodrigues, supervisor da manutenção da empresa. Além de suspender a lavagem externa dos ônibus, a Glória também cortou a lavagem semanal do pátio, das garagens e das oficinas da empresa. O uso de mangueiras foi restrito a casos excepcionais. A limpeza interna dos ônibus está sendo feita apenas com panos, vassouras e baldes para água em pequenas quantidades.
Fontes - Por causa da falta de chuvas, a troca de água nas fontes da cidade também está suspensa desde o último dia 6. O superintendente de Obras e Serviços da Secretaria do Meio Ambiente, Paulo Dalmaz, explica que não existe gasto excessivo nem desperdício de água nas fontes, uma vez que elas funcionam com sistema de reuso, mas é feita uma troca da água a cada 30 dias. Segundo Dalmaz, neste período de seca em que a Prefeitura vai evitar fazer a substituição, a população pode notar alteração na cor da água das fontes. "Certamente vai ocorrer algum acúmulo de material orgânico que deixará a água mais esverdeada", diz.
Em Curitiba existem 45 fontes públicas espalhadas em praças, parques e outros espaços. "Tão logo as chuvas se normalizem e o risco de racionamento seja afastado, a substituição da água das fontes voltará ao normal, mas é bom lembrar que a população deve não apenas compreender a situação, mas também ajudar evitando jogar lixo ou qualquer tipo de material nestes locais", lembra o superintendente.