Com quase 90 alunos, entre as salas da Fundação Social das Regionais Matriz, Fazendinha e Boa Vista, e aulas particulares, Luis Della Roveri, de 51 anos, dedicou muito tempo dos últimos 36 anos para um instrumento, o violino.
Professor pela FCC desde 2014, Luis já precisou conciliar o estudo do instrumento com outras funções. Quando começou a tocar em 1989, com apenas 15 anos, o violinista trabalhava como cobrador de ônibus em Colombo durante o dia, e em três noites por semana ia até o Portão, para ter aulas em uma igreja evangélica.
Dedicação e persistência
“As aulas que eu tinha no começo eram muito fracas, além de que o professor muitas vezes precisava trabalhar até tarde, e como não havia celular na época, não tinha como avisar e eu perdia a viagem”, lembra Luis. O professor também relata que sua dedicação foi fundamental, principalmente no início.
“Eu tocava violino quase todo dia, era difícil e por vezes frustrante, mas o máximo que desisti foi de uma noite até a tarde seguinte”, contou.
Além da distância e inconstância das aulas, e de um defeito em seu primeiro violino, comprado de um polonês em Curitiba, Luis descobriu que uma condição genética também atrapalhava sua música. A osteocondromatose é uma doença óssea que causou uma deformidade em seu braço direito, que é mais curto. Assim, ele precisou adaptar a técnica de segurar o arco.
Técnica embasada
Segundo ele, seu desenvolvimento como músico começou a deslanchar em 1995, quando teve o privilégio de ter aulas particulares com Walter José Hoerner, o primeiro violinista da Camerata Antiqua de Curitiba, grupo musical mantido pela Prefeitura de Curitiba, formado por coro e orquestra.
Com a técnica ensinada por Walter e sua perseverança e paixão pela música, Luis Della Roveri conquistou uma vaga na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, onde aprimorou sua habilidade, e começou a dar aulas particulares. E nem mesmo trabalhando como um amarelinho, como são chamados os garis que atuam na Manutenção Urbana realizando roçadas, ele parou de praticar.
“As dificuldades e decepções se tornaram experiência, quando meus alunos estão desesperados eu vejo modos de ajudar a superar, mas eles precisam querer. Violino não é sobre talento, é sobre dedicação”, disse Luis.
77 cursos
Para aprender seguindo o método do professor Luis, é só procurar o núcleo da Fundação Cultural das regionais Matriz, Fazendinha ou Boa Vista e se inscrever. Além do violino, outros 76 cursos são oferecidos em toda a cidade, e seguem com turmas abertas no segundo semestre, com opções para todas as idades e tipos de linguagens.
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Os cursos têm valor fixo de R$70,00 mensais, e acontecem nas Ruas da Cidadania, teatros e espaços da FCC como o Centro Cultural Vilinha, Casa Kozák, Teatro da Vila, Centro Cultural Miguel de Cervantes e outros, de segunda a sábado, em vários horários da manhã, tarde e noite.