As dificuldades e os desafios das mulheres negras no momento atual foram debatidos nesta segunda-feira durante encontro para celebrar o Dia Internacional da Mulher Negra, Caribenha e Latinoamericana e também o Dia Nacional de Tereza de Benguela (25/7).
O evento foi uma parceria entre a Assessoria de Direitos Humanos por meio das Politicas para Mulheres, Diversidade Sexual e Promoção da Igualdade Étnico-Racial do município e as organizações não-governamentais Cáritas e Bomoko.
De acordo com participantes, questões que permeiam dificuldade das mulheres em geral são agravadas para as negras, já que a situações de machismo e violência, por exemplo, se juntam racismo e preconceito, sendo que em muitos casos a violência ocorre no próprio ambiente familiar.
Medos
Medo do agressor, dificuldades de denunciar nos órgãos competentes, falta de auxílio adequado foram algumas questões relatadas.
“Há muito medo em denunciar as violências, mas é preciso coragem”, disse Cristina Silveira de Oliveira, da Pastoral Afro Brasileira Paraná, uma das cerca de 25 pessoas participantes do encontro, entre elas migrantes do Congo e Guiné Bissau.
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“Informação é o caminho, educação é o caminho [das soluções]”, afirmou Juliana Mara da Silva, assistente social da Cáritas Paraná.
Para Maria Tereza Rosa, gestora pública na Assessoria de Promoção e Igualdade Racial, “a educação se liga a todos os outros assuntos”.
Políticas públicas
A titular da Assessoria de Promoção e Igualdade Étnico-Racial, Marli Teixeira Leite destacou os avanços nas políticas públicas voltadas aos negros nos últimos anos e a importância de inserir os programas no Orçamento do município, como forma de dar amplitude e sequência para as ações.
Um dos exemplos deste avanço são as caravanas étnico-culturais, que terão início em agosto e vão passar pelas dez regionais da cidade. “Passaram a fazer parte do Plano Plurianual do município”, disse Marli. “Uma vez inseridos no Orçamento, conseguimos garantir a execução dos projetos.”
Marli destacou também a importância da recente aprovação pela Câmara Municipal da lei que reserva 20% das vagas concursos públicos da prefeitura para negros e indígenas.
Veja ações do município: