Curitiba ganhou nesta terça-feira (7) um totem com sistema de contagem de vítimas de trânsito no Brasil. O totem foi instalado na rua Prefeito Lothário Meysner, perto do Jardim Botânico, de forma a ser visto com facilidade por motoristas e pedestres. Assim que foi instalado, o totem apontou o número de mortos no trânsito desde 19 de setembro de 2009 no país: 64.417. Entre mortos e feridos, o total de vítimas no período foi de 270 mil.
O lançamento do totem foi no auditório da Urbs, no prédio central na Rodoviária, com a presença do presidente da Urbs, Marcos Isfer, e dos analistas de segurança viária André Luis Horta Silva, do Centro de Experimentação e Segurança Viária do Brasil (Cesvi Brasil), e Ricardo Iglesias Teixeira, da Seguradora Líder, administradora do Seguro DPVAT.
A iniciativa do totem é do movimento Chega de Acidentes, em parceria com a Urbs, dentro da programação da Década de Ações pela Segurança do Trânsito definida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o período 2011-2020. O totem será atualizado automaticamente com o banco de dados das vítimas do trânsito do Ministério da Saúde.
“Esta é uma iniciativa que busca alertar os motoristas, mais uma ação de uma campanha mundial que tem a ambiciosa – mas possível - meta de reduzir o número de acidentes em 50%, afirmou André Horta.
A diretora de Trânsito da Urbs, Rosangela Battistella também destacou a importância das parcerias, quando o assunto é melhorar o trânsito. Ela lembrou que Curitiba é uma das cinco cidades brasileiras que participa do projeto Vida no Trânsito, proposta pela OMS/OPAS e desenvolvido em parceria.
Em Curitiba, participam do projeto, além da Urbs e da Secretaria Municipal da Saúde, o BPTran, Siate, Samu, Corpo de Bombeiros, Detran, hospitais Cajuru, do Trabalhador e Evangélico, as universidades Federal e Católica do Paraná, polícias Rodoviárias Federal e Estadual, Delegacia de Delitos de Trânsito, DER, OAB, SEST/SENAT, Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Conselho Estadual de Trânsito, IPPUC e secretarias municipais da Educação, Defesa Social, Governo e Antidrogas e Secretaria Estadual da Saúde.
O comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, Loemir Mattos de Souza, disse que a união dos vários órgãos e da própria sociedade é essencial para redução de acidentes. O BPTran, disse ele, ampliou o número de blitze justamente para intensificar a fiscalização e a orientação aos motoristas.
Mobilização - O movimento Chega de Acidentes foi criado em 2009 pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), as Associações Nacionais dos Departamentos de Trânsito (AND) e de Transportes Públicos (ANTP) e o Centro de Experimentação e Segurança Viária do Brasil (Cesvi Brasil).
O patrocínio para instalação de totens nas capitais brasileiras envolvidas na Década de Ação de Segurança no Trânsito é da Seguradora Líder, administradora do Seguro DPVAT (que indeniza vítimas de acidentes sem apuração de culpa).
A Década começou no dia 11 de maio, data que foi marcada em Curitiba pela iluminação do Jardim Botânico, o mais conhecido cartão postal da cidade, em cor amarela.
A iluminação diferenciada do Botânico – a mesma adotada em monumentos em todo o mundo, como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro e a Torre Eiffel, em Paris – foi mais uma das ações que estão sendo tomadas em Curitiba para redução dos números de vítimas do trânsito.
Vida no trânsito – Curitiba é uma das cinco cidades brasileiras a participar do projeto Vida no Trânsito, uma parceria do Ministério da Saúde e Organização Panamericana de Saúde (OPAS), braço da Organização da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas. Além da capital paranaense integram o Vida no Trânsito também Belo Horizonte (MG), Palmas (TO), Terezina (PI) e Campo Grande (MS).
O primeiro passo do Vida no Trânsito foi reunir numa grande parceira para desenvolvimento conjunto de ações e projetos, uma série de instituições públicas e da iniciativa privada.
Fazem parte do projeto em Curitiba, além da Urbs e da Secretaria Municipal da Saúde, BPTran, Siate, Samu, Corpo de Bombeiros, Detran, Hospitais Cajuru, do Trabalhador e Evangélico, as Universidades Federal e Católica do Paraná, Polícias Rodoviárias Federal e Estadual, Delegacia de Delitos de Trânsito, DER, OAB, SEST/SENAT, Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Conselho Estadual de Trânsito, IPPUC e secretarias municipais da Educação, Defesa Social, Governo Municipal e Antidrogas, e Secretaria Estadual da Saúde.
Reunidas em várias oficinas coordenadas pela Urbs e Secretaria da Saúde, estas instituições atuaram no diagnóstico do trânsito curitibano e na elaboração de propostas para melhorá-lo com a elaboração de projetos que têm como diretriz básica o envolvimento e participação da comunidade.
Estes projetos preveem ações de capacitação e sensibilização de motoristas, intensificação da fiscalização, envolvimento de professores de física e biologia na sensibilização de alunos, além da veiculação de mensagens educativas.
As ações estão relacionadas à educação, fiscalização e engenharia de trânsito. Em Curitiba foram elencados cinco fatores de risco no trânsito: motociclista, jovens condutor, excesso de velociodade, alcool e pedestres, que serão os focos das ações que serão desenvolvidas.
Década do trânsito – Em assembleia geral em março do ano passado, a ONU estabeleceu a Década de Ações para a Segurança no Trânsito de 2011 a 2020 com a meta de estabilizar e reduzir acidentes de trânsito em todo o mundo.
Em resolução posterior, os 192 países membros da ONU solicitaram à Organização Mundial da Saúde (OMS), em cooperação com outros parceiros, a elaboração de um plano diretor para guiar as ações nessa área durante os próximos dez anos. E ainda que cada um desses países estabeleça suas metas nacionais para a redução de acidentes até o final do período correspondente à Década.
De acordo com o Relatório Global da OMS sobre a situação da segurança viária - a primeira análise detalhada sobre 178 países, publicada em 2009 -, ferimentos causados por acidentes de trânsito permenecem um problema de saúde pública, principalmente nos países de média e baixa renda.
Segundo a OMS, o número de mortes em consequência de acidentes no trânsito chega a 1,3 milhão por ano. E se não houver medidas dos governos, a perspectiva é que em 2020 esse número possa aumentar para 2 milhões.
De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde, o Brasil registra por ano cerca de 38 mil vítimas fatais em decorrência da violência no trânsito.
Pelo mundo, diversos eventos acontecerão durante a Década em monumentos e locais importantes. Por exemplo, em Nova York, o símbolo da campanha global será ostentado na famosa avenida da cidade - a Times Square.