Uma parceria entre a Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas) da Prefeitura de Curitiba e o Programa AbraçAR já realizou, desde julho, mais de 900 exames de espirometria, principal meio para o diagnóstico da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
Antes, a espirometria estava suspensa por recomendação da Sociedade Brasileira de Pneumologia devido à pandemia de Covid-19. A DPOC afeta 6 milhões de brasileiros e a previsão é de que até 2030 seja a terceira principal causa de morte no mundo.
O mês de novembro é dedicado à DPOC. No primeiro semestre deste ano, 2,2 mil curitibanos aguardavam pelo exame. No Hospital Municipal do Idoso, os mutirões estão ajudando a diminuir a fila de pacientes.
Margarete Vilas Boas, 64 anos, participou do último mutirão. No final de 2020, a dona de casa ficou 14 dias internada no hospital em razão do enfisema e de um quadro de edema (acúmulo de líquido) nos pulmões.
Durante um ano, Margarete teve de fazer uso de oxigenoterapia. A espirometria, conta a filha Andressa Vilas Boas, foi indicada para avaliar a progressão da doença. “É um alívio poder fazer tudo pelo SUS”, disse a filha. “Agora estamos aguardando o resultado do exame e torcendo para que ela siga bem”, completou.
Exame
A retomada dos exames foi possível pelo percentual elevado da população curitibana vacinada contra a covid-19 e também pela adoção de uma tecnologia que amplia a segurança do procedimento: a cabine de espirometria.
A estrutura é portátil e equipada com filtros duplos de alta capacidade para separar agentes microbiológicos como vírus e bactérias, purificando o ar. Essa filtragem garante a segurança do paciente e também dos profissionais de saúde durante a realização do exame.
A espirometria mede a quantidade e o fluxo de ar que entra e sai dos pulmões. O equipamento, ligado ao computador, registra a variação de volumes e dos fluxos de ar inspirado e expirado pelo paciente.
Os exames estão sendo feitos no Hospital do Bairro Novo, no Sítio Cercado, por meio do Núcleo de Atenção Especializada (NAE) da Feas.
DPOC
A DPOC é uma inflamação pulmonar que obstrui o fluxo de ar e a respiração. Tem como causas principais a bronquite crônica ou o enfisema pulmonar, normalmente associado ao tabagismo.
Embora não tenha cura, o diagnóstico precoce permite o tratamento adequado que alivia os sintomas, principalmente de falta de ar, melhora a qualidade de vida e previne o surgimento de complicações.
Gestão
A Feas administra o Hospital Municipal do Idoso, o Hospital do Bairro Novo, o programa Saúde em Casa, do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), 13 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e a Unidade de Estabilização Psiquiátrica Casa Irmã Dulce.
Também faz a gestão das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Tatuquara, Boqueirão, CIC e Fazendinha, Complexo Regulador, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Central de Transporte Sanitário e Central Saúde Já Curitiba.