A taxa de internamentos de menores de 2 anos residentes em Curitiba por pneumonia, em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), caiu 34% entre 2009 e 2010, descendo de 20 para 13 hospitalizações por mil crianças.
A informação faz parte das conclusões do estudo Saúde Brasil 2010, promovido pelo Ministério da Saúde para avaliar o impacto das vacinas contra a Influenza A / H1N1 e antipneumocócica, ofertadas pela rede pública de saúde desde o ano passado. Foi a maior queda registrada no Brasil no período.
A secretária municipal da Saúde, Eliane Chomatas, disse que o resultado vai além da oferta das vacinas e se deve ao trabalho da rede de Saúde de Curitiba. “É claro que a aquisição dessas vacinas para a rede pública de saúde é muito importante para melhorar a saúde e a qualidade nessa etapa do desenvolvimento infantil em que as crianças são mais vulneráveis às doenças, mas não podemos deixar de lado os fatores que concorrem para que cada dose aplicada tenha o máximo de efetividade”, observou.
Fatores – O treinamento das equipes das unidades de saúde dois meses antes da chegada das vacinas, possibilitando boas coberturas desde o primeiro dia de implantação de cada uma, está entre os fatores que colocam Curitiba no topo do ranking da redução de internamentos de crianças por pneumonia.
Eliane Chomatas aponta ainda como aspecto importante a divulgação ampla da oferta das vacinas, com a ajuda dos meios de comunicação, e a adesão esclarecida dos pais e demais responsáveis pelas crianças.
A secretária destaca, ainda, outras duas vantagens da rede municipal de saúde de Curitiba: a existência do prontuário eletrônico, que permite às equipes de cada unidade de saúde identificar e fazer a busca ativa imediata das crianças a partir do trigésimo dia de atraso com qualquer vacina, e uma rede de atenção primária - que é o conjunto dos serviços oferecidos pelas unidades básicas e de Saúde da Família – eficiente. “Isso significa que os serviços de saúde conseguem ser efetivos na prevenção e no diagnóstico precoce das doenças, evitando que elas evoluam ou concorram com outras que demandem o internamento”, explicou.
Saúde Brasil – Além de Curitiba, o estudo Saúde Brasil 2010 avaliou nove capitais: São Paulo, Salvador, Recife, Goiânia, Fortaleza, Manaus, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre. O objetivo foi mediar a eficácia das duas vacinas em todos os segmentos beneficiados, uma vez que a pneumonia é uma causa importante de hospitalização no SUS e também de mortalidade entre crianças menores de 5 anos. Em 2009, ano anterior à implantação das novas vacinas, a taxa de internamentos motivados por aquela causa aumentou 20% no Brasil.
A vacina anti-pneumocócica tem a capacidade de reduzir, além das pneumonias, também as sinusites e as otites causadas por dez sorotipos da bactéria Streptococus pneumoniae. Já a vacina da gripe, além de evitá-la, poupa o organismo da evolução dessa doença para problemas mais graves do aparelho respiratório como, por exemplo, a pneumonia.
Específica para bebês, a anti-pneumocócica faz parte do calendário vacinal de rotina. Para proteger o organismo, é necessário tomar três doses no primeiro ano de vida, além de uma dose de reforço a partir dos doze meses. Já a vacina da gripe é oferecida somente durante as campanhas anuais de imunização. A população-alvo é definida pelo Ministério da Saúde.
Em 2010, em Curitiba, as crianças menores de 2 anos receberam 86 mil doses da vacina anti-pneumocócica e 59 mil da que protege contra a gripe.