A edição mais recente da revista MIT Technology Review Brasil, uma das publicações de maior prestígio sobre ciência, tecnologia e inovação, traz Curitiba em evidência na matéria de capa, que discute os rumos das cidades inteligentes. Intitulada “Circuitos urbanos: as forças que organizam a vida nas cidades”, a edição do bimestre maio/junho traz conteúdos que investigam como o conceito de smart cities e suas soluções estão transformando o modo de viver nas metrópoles, com o uso intensivo de tecnologias digitais, Internet das Coisas (IoT), energia limpa, mobilidade sustentável e espaços urbanos mais inclusivos.
“A menção da MIT Technology Review é um reconhecimento do protagonismo de Curitiba no cenário das cidades inteligentes e dos esforços da Prefeitura para conciliar inovação tecnológica com sustentabilidade, inclusão e qualidade de vida”, diz o prefeito Eduardo Pimentel.
Curitiba aparece duas vezes na reportagem principal, “Cidades Inteligentes: progresso ou ilusão?”, assinada por Rafael Coimbra.
A primeira menção destaca o sistema de transporte coletivo da capitala. Implantado nos anos 1970, o modelo curitibano de BRT (Bus Rapid Transit) introduziu corredores exclusivos para ônibus e estações-tubo com pagamento antecipado da tarifa, o que agilizou o embarque e reduziu o tempo de viagem. “Algumas cidades no Brasil e no exterior copiaram o modelo que funciona bem até hoje”, ressalta o texto.
A segunda menção a Curitiba aparece na análise do relatório internacional AI-Powered Cities of the Future, elaborado pela consultoria ThoughtLab em colaboração com empresas como ServiceNow, Deloitte e NVIDIA. O estudo avaliou os planos de adoção de inteligência artificial em 250 cidades de 78 países. De acordo com o levantamento, 56% das cidades já utilizam IA em alguma dimensão da gestão pública, enquanto 35% estão testando ou planejam implementar a tecnologia. A capital paranaense é citada pelo relatório como uma das referências no Brasil, ao lado de Niterói e São Paulo.
Evolução constante
A Prefeitura de Curitiba tem investido fortemente na modernização de seu sistema BRT, em linha com a tradição de inovação destacada pela revista. Exemplo disso é o projeto do novo BRT Leste/Oeste, que integra o Programa de Mobilidade Urbana Sustentável da cidade e conta com financiamento internacional de US$ 75 milhões do New Development Bank (NDB). Ele prevê a requalificação de 20 quilômetros de infraestrutura viária, com a reforma de 34 estações-tubo e cinco terminais, incluindo os novos equipamentos no Capão da Imbuia e no Campina do Siqueira.
Além de melhorar o tempo de viagem dos passageiros, o projeto prepara Curitiba para a adoção de ônibus elétricos, contribuindo para a redução das emissões de carbono. A modernização ainda fortalece a conectividade entre diferentes modais, com estímulo ao uso de bicicletas, calçadas acessíveis e vias compartilhadas.
Inteligência artificial
Em outra frente, o uso de inteligência artificial já é realidade em diversas frentes da administração pública de Curitiba. Coordenadas pela Secretaria Municipal de Administração e Tecnologia da Informação (Smati), em parceria com outros órgãos municipais, as soluções vão desde o monitoramento urbano por meio da Muralha Digital até o atendimento automatizado pelo 156, a Zeladoria Digital e a assistente virtual Divinha, da Procuradoria-Geral do Município.
A IA incorporada ao Hipervisor Urbano também ampliará a capacidade da plataforma de analisar grandes volumes de dados em tempo real, identificar padrões e antecipar demandas. Com isso, a Prefeitura poderá aprimorar ainda mais o monitoramento da cidade, a tomada de decisões estratégicas e a eficiência na prestação de serviços em áreas como mobilidade, segurança e zeladoria urbana.
Em 2023, Curitiba deu um passo importante ao sancionar a Lei Municipal de Inteligência Artificial, que estabelece diretrizes para o uso ético e eficiente da tecnologia no setor público.