Uma cidade verdadeiramente inteligente precisa ter informações sobre os problemas urbanos e carências de sua população, bem como a capacidade de desenvolver um plano para suprir essas necessidades. Esse foi o ponto de debate da segunda aula da Cátedra Curitiba, transmitida ao vivo pelo canal de Youtube da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), na noite desta terça-feira (6/4).
Aberto à comunidade, o evento reuniu, por videoconferência, a assessora de Investimentos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Ana Jayme, e o professor de pós-graduação em Gestão Urbana da PUCPR Rodrigo Firmino para tratar de projetos urbanos, tendências, desafios e visão de futuro da capital paranaense. A live foi mediada pela professora do Multicom e mestre em Comunicação e Política da PUCPR Lenise Klenk.
Durante uma hora e meia de troca de ideias, os debatedores convergiram para o fato de que planejamento urbano se constrói com olhares para o passado, presente e futuro. O plano de uma cidade inteligente deve levar em conta problemas antigos ou ainda recorrentes da cidade como metas a serem vencidas.
“Desafios urbanos como a questão ambiental e a desigualdade social não devem ser vistos como obstáculos, mas como etapas integrantes do planejamento de uma cidade para o futuro”, observou Ana Jayme.
Para a assessora de Investimentos do Ippuc, o desenvolvimento pressupõe a inclusão social e o compartilhamento de ações com a sociedade organizada na busca pela sustentabilidade.
“O desafio está em combinar as melhores soluções, sem perder jamais essa perspectiva da inclusão das pessoas. Temos que buscar uma sinergia e o equilíbrio. Não há temas que se sobreponham a outros, até porque se um falhar, a cidade está perdendo”, completou Ana.
Ela citou como exemplo, o Plano de Ação Climática (PlanClima) produzido pelo município em conjunto com as universidades e outros setores da sociedade. “Você tem essa busca da descarbonização, de uma adaptação, mas sem chegar a soluções que sejam excludentes. Essa é uma das diretrizes do plano”, comentou.
Na opinião do professor Rodrigo Firmino, é necessário aproveitar as oportunidades que Curitiba apresenta para a definição de um plano de cidade inteligente. “Curitiba normalmente está bem colocada nos rankings de cidades inteligentes, em comparação com outras cidades do Brasil. Porém, muitas vezes esses rankings levam em consideração fatores que não envolvem a questão da desigualdade social, dos grandes problemas de cidades brasileiras”, observou.
Para Firmino, nesse processo de planejamento com visão de futuro, é necessário pensar nas oportunidades que uma cidade como Curitiba oferece.
“Uma das grandes oportunidades que a cidade tem são órgãos como o Ippuc. Não são todas as cidades brasileiras que têm a oportunidade de ter um órgão há tanto tempo como parte fixa das gestões urbana e pública e especificamente designado para pensar a cidade e para atuar nas definições de políticas e de infraestrutura urbana”, ressaltou o professor de Gestão Urbana da PUCPR.
A íntegra da segunda aula da Cátedra Curitiba está disponível no canal de YouTube da PUCPR . Na próxima semana, a Cátedra lançará a “Maratona Coideias, ideias colaborativas para Curitiba do futuro”, às 19h30, de terça-feira (13/4) pelo mesmo canal de YouTube.