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A união faz a força

Curitiba conta com 11 polos gastronômicos que geram desenvolvimento econômico

Polos gastronômicos fortalecem o setor em Curitiba, ampliando oportunidades para empresários e impulsionando o desenvolvimento urbano. Um dos estabelecimentos inseridos nesse contexto é o Carlo Ristorante, localizado no Polo Gastronômico da Avenida Iguaçu. Curitiba, 26/11/2025. Foto: Hully Paiva/SECOM

Texto: Vanessa Brollo
Secretaria Municipal da Comunicação Social (Secom)

A formação de polos gastronômicos em Curitiba transforma ruas que já concentravam restaurantes em regiões capazes de gerar desenvolvimento econômico e promover o comércio local. O que poderia ser visto apenas como concorrência, se torna uma estratégia coletiva que beneficia empresários, moradores e visitantes.

O vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Paulo Martins, reforça que os polos estão previstos no Plano Diretor de Curitiba, a partir da Lei Municipal 14.771/2015, e explica que essas áreas são aglomerações urbanas em locais de forte circulação comercial, capazes de ampliar a oferta de produtos e serviços gastronômicos por meio de parcerias e ações conjuntas. Segundo ele, os polos fortalecem a identidade local e criam condições para que o setor cresça de forma qualificada.

“Os polos gastronômicos promovem a expansão do segmento, aumentam a capacidade de produção e permitem que os empreendedores se fortaleçam em conjunto, o que impulsiona o desenvolvimento econômico”, afirma Martins.

Os polos recebem incentivos como flexibilização do uso do passeio público para projetos provisórios, autorização simplificada para eventos e decorações sazonais, possibilidade de fechamento de ruas em datas comemorativas, qualificação de empreendedores e estudos para melhorar o acesso ao transporte coletivo.

Curitiba conta atualmente com 11 polos já estabelecidos: Itupava, Alto Juvevê, Avenida Salgado Filho, Santa Felicidade, Água Verde, Região Norte, Alameda Prudente de Moraes, Petit Batel, Pinheirinho e Jardim das Américas. O Polo Gastronômico da Avenida Iguaçu tornou-se o décimo primeiro reconhecido oficialmente. Há ainda propostas em análise para os polos do Boqueirão e do Mercado Municipal de Curitiba.


Vantagens para os empreendedores

O Polo Gastronômico da Avenida Iguaçu abrange o trecho entre as ruas Buenos Aires e Dr. Alexandre Gutierrez, nos bairros Rebouças e Batel. É nessa região que está o Carlo Ristorante, do empresário Beto Madalosso. Ele cresceu em uma das famílias mais tradicionais da gastronomia curitibana, marcada pelos restaurantes Madalosso e Don Antônio em Santa Felicidade. Com trajetória própria, abriu novos estabelecimentos na capital, entre eles o Carlo Ristorante, agora inserido no polo da Avenida Iguaçu.

Para Madalosso, o reconhecimento como polo gastronômico traz vantagens diretas para os empresários. Ele destaca que unir estabelecimentos que seriam concorrentes cria um ambiente colaborativo que permite avanços importantes. “Quando a região é reconhecida como polo, surgem possibilidades que não existiriam individualmente”, afirma. “Existem regras gerais para a cidade toda, como não usar a calçada para mesas ou não instalar determinados equipamentos. No polo, algumas dessas decisões podem ser flexibilizadas e isso ajuda muito quem empreende no setor.”

O empresário também vê impacto positivo na atração de público e no fortalecimento da segurança.

 “Quando vários restaurantes atuam juntos, a região se torna mais movimentada. Isso traz mais clientes e gera mais vida urbana. Na prática, todos ganham e o bairro se torna mais convidativo”, completa o empresário.

A criação do polo também busca incentivar ações que estimulem o trânsito seguro de pedestres e veículos, melhorar iluminação e calçadas, reforçar a segurança e organizar a sinalização dos estabelecimentos participantes. Além disso, o projeto prevê estímulo a apresentações artísticas, festivais e eventos gastronômicos, assim como medidas de combate ao comércio ambulante irregular.

Polos em análise

Outras propostas estão em andamento, como o Polo Gastronômico do Boqueirão, que abrange aproximadamente cinco quilômetros entre a avenida Marechal Floriano Peixoto e ruas adjacentes. A área reúne cerca de 30 estabelecimentos entre restaurantes, pizzarias, panificadoras, cafeterias, bares, hamburguerias e trailers. A iniciativa busca impulsionar o desenvolvimento econômico e cultural, além de incentivar melhorias urbanas e parcerias para qualificar os espaços e os empreendedores.

Também está em análise o Polo Gastronômico do Mercado Municipal, que reconhece o valor histórico do espaço e seu entorno como ponto de encontro de moradores e visitantes. O projeto abrange o quadrilátero formado pela Avenida Sete de Setembro, Rua General Carneiro, Rua da Paz e Avenida Presidente Affonso Camargo, e tem como diretrizes preservar a importância histórica do Mercado, fomentar o turismo gastronômico e integrar ações de cultura, urbanismo e desenvolvimento econômico.

Paulo Martins destaca que o avanço dos polos fortalece um dos setores que mais geram emprego na cidade. “A gastronomia tem um impacto direto na criação de oportunidades. Cada restaurante que abre movimenta uma cadeia inteira e isso faz diferença no dia a dia de muita gente. Quando os polos crescem, cresce também a economia de Curitiba”, afirma o secretário.