Curitiba celebra de forma diferente o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais (28/7) e o Julho Amarelo, mês de combate às doenças do fígado. O trabalho é discreto, mas não deixou de acontecer.
Com o cenário da pandemia do novo coronavírus as habituais atividades presenciais e tenda com oferta de testes rápidos no centro da cidade não puderam acontecer. Para dar continuidade na identificação de pacientes positivos e acompanhamento o Centro de Orientação e Aconselhamento (COA) desenvolveu uma ação diferente.
“Mesmo com a circulação do novo coronavírus temos que voltar nosso olhar para continuidade da prevenção e tratamento de outras doenças, como as hepatites virais”, alerta a coordenadora do COA, Juliane Santos.
Em parceria com as clínicas Unirim e Clínica de Doenças Renais, o COA fez a identificação de pacientes em tratamento de hemodiálise e positivos para a hepatite do tipo C - doença silenciosa e a mais letal entre os três tipos de hepatites.
O objetivo do projeto é ofertar exames complementares e tratamento para esses pacientes, e assim evitar a evolução da doença para estágios mais avançados como cirrose, hepatocarcinoma e até mesmo necessidade de transplante hepático no futuro.
Na primeira fase foram identificados 25 pessoas positivas para a hepatite do tipo C. O projeto deve seguir ao longo do ano com novas parcerias.
O exame para hepatites é ofertado em todas as unidades de saúde de cidade e no Centro de Orientação e Aconselhamento.
A doença
De acordo com o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Oliveira, na maior parte dos casos de hepatite, o paciente não apresenta sintomas, é comum que ela seja descoberta apenas numa fase já crônica.
“A doença pode evoluir durante décadas sem que haja suspeita. Por isso, a importância da testagem”, diz.
Se não houver tratamento, a hepatite C, por exemplo, considerada a mais letal, evolui para fase crônica em 60% a 85% dos casos e, em média, 20% evolui para cirrose ao longo do tempo. Estudos mostram que, uma vez estabelecida a cirrose hepática, o paciente tem risco anual para surgimento de câncer de fígado de 1% a 5%.
Proteção
As unidades de saúde de Curitiba oferecem vacinas para hepatite A e hepatite B, conforme o calendário de vacinação do Ministério da Saúde. Não existe no mundo ainda, porém, uma vacina que proteja contra a hepatite C.
Para evitar a hepatite A, orienta-se, ainda, a manter bons hábitos de higiene, evitando alimentos crus e bebendo somente água potável. Já para evitar a hepatite B e C, deve-se usar preservativo nas relações sexuais, exigir materiais descartáveis e/ou esterilizado em procedimentos com materiais cortantes ou em que haja contato com sangue.
Hepatites virais mais comuns no Brasil
Sintomas: a hepatite é uma inflamação no fígado. A doença é silenciosa e nem sempre apresenta sintomas, mas quando estes aparecem, podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Hepatite A
Vacina: Disponível nas unidades de saúde. De acordo com o calendário nacional de vacinação, é oferecida uma dose entre 15 meses e 4 anos de idade.
Transmissão: A transmissão mais comum desse tipo da doença é pela água e alimentos contaminados.
Como evitar: Além de tomar a vacina, ter bons hábitos de higiene, evitando alimentos crus e bebendo somente água potável.
Tratamento: disponível nas unidades de saúde
Hepatite B
Vacina: Disponível nas unidades de saúde. De acordo com o calendário nacional de vacinação, deve-se tomar três doses na vida.
Transmissão: Transmitida pelo contato com sangue contaminado, sexo desprotegido, compartilhamento de objetos cortantes e de uso pessoal. Pode também ser transmitida de mãe para filho.
Como evitar: Além de tomar a vacina, usar preservativo nas relações sexuais, exigir materiais descartáveis e/ou esterilizado em procedimentos com materiais cortantes ou em que haja contato com sangue.
Tratamento: disponível nas unidades de saúde
Hepatite C
Vacina: Não há vacina disponível do mundo.
Transmissão: A doença é transmitida por sangue contaminado, sexo desprotegido e compartilhamento de objetos cortantes.
Como evitar: Usar preservativo nas relações sexuais, exigir materiais descartáveis e/ou esterilizado em procedimentos com materiais cortantes ou em que haja contato com sangue.
Tratamento: disponível nas unidades de saúde.