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Memória

Múmia, Ave do Terror e Nossa Senhora: saiba o que ver nos museus de Curitiba

Curitiba celebra o Dia Internacional do Museu. Na imagem, o Museu Egípcio e Rosacruz Tutankhamon. Curitiba, 14/05/2025. Foto: José Fernando Ogura/SECOM

Celebrado neste domingo (18/5), o Dia Internacional dos Museus é um convite para redescobrir Curitiba por meio de seus espaços de arte, memória e conhecimento. A cidade abriga uma ampla e rica rede de instituições de preservação, espalhadas por todos os bairros, do Centro ao Capão da Imbuia. 

“Os museus de Curitiba celebram a diversidade em todas as suas formas. Um patrimônio que vai das memórias locais às grandes narrativas do Brasil e do mundo. É essa pluralidade de temas que transforma a cidade em um polo de conhecimento”, comenta Marcelo Sutil, diretor de patrimônio da Fundação Cultural de Curitiba (FCC).  

São opções para todos os gostos e públicos. Além dos grandes acervos e das exposições consagradas, os museus curitibanos também surpreendem com peças inusitadas, documentos raros e narrativas que, algumas vezes, escapam dos roteiros mais tradicionais. Um mosaico de memórias que ajuda a compreender identidades. 

“Há um grande investimento na inclusão e em exposições interativas, para tornar os museus o mais atrativos para a comunidade. É o objetivo de todo o trabalho e isso tem acontecido de maneira contínua e crescente”, declara Cláudia Ariole, coordenadora de preservação e conservação de acervos da Fundação Cultural de Curitiba.

Veja abaixo alguns exemplos de itens históricos, raros e curiosos que podem ser encontrados em alguns dos museus de Curitiba: 

MON

O maior museu de arte da América Latina, com mais de 35 mil metros quadrados de área construída, guarda um acervo com 14 mil obras. São produções de destaque do cenário artístico nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, contrastando ainda com grandiosas coleções asiática e africana.

No setor pictórico do MON estão duas das obras mais antigas e representativas da história do Paraná. O grafite sobre papel “Floresta do Litoral Paranaense”, do artista Guilherme William Michaud, datado de 1901, e o óleo sobre tela “Cena de Mar” (sem data), do artista paranaense Miguel Bakun.

“Miguel Bakun é um dos mais significativos artistas por sua inserção nacional e internacional. Ganhou a alcunha de Van Gogh brasileiro não apenas pela similaridade de traços e cores, mas por características pessoais em comum, como timidez e introspecção”, explica Juliana Vosnika, diretora-presidente do MON.

“Ficamos muito impressionados, é a nossa primeira visita ao MON. Há uma diversidade de obras, estilos, e a própria arquitetura do museu é inspiradora”, avalia o visitante Aldrey Yurk Santos, empresário de Natal (RN), em viagem a turismo com a família por Curitiba. 

Horário: 10h às 18h  (de terça a domingo)
EndereçoR. Mal. Hermes, 999 - Centro Cívico

Museu Egípcio Rosacruz

Espaço que resgata a cultura do Egito antigo, possui em seu acervo a múmia de uma mulher egípcia, batizada de Tothmea, com cerca de 2.700 anos. 2025 marca os 30 anos que a múmia chegou à Curitiba, doada pelo museu Egípcio Rosacruz de San José, na Califórnia.   

“A Tothmea deixou o Egito como um presente, num acordo diplomático entre um governante egípcio e um diplomata norte-americano. Em 1990, foi aberto o Museu Egípcio aqui em Curitiba; em 1995 a múmia foi doada e desde 1997 há um projeto para contar a história”, diz Ewerson Dubiela, supervisor da instituição, historiador e museólogo.  

O museu detém um amplo acervo de réplicas e recursos audiovisuais que contam a rica história do Egito. Há, ainda, mais peças originais, como um vaso de oferendas que, calcula-se, tenha sido produzido há mais de 4 mil anos antes de Cristo.

Horário: 10h às 16h30  (de terça a sexta), 10h  às 16h (sábado e domingo)
EndereçoR. Nicarágua, 2.641 - Bacacheri

Museu Paranaense

O espaço no São Francisco, no Centro Histórico da capital, é uma das instituições culturais mais antigas do Brasil, fundado em 1876. Seu acervo é composto por mais de 500 mil peças, abrangendo áreas como arqueologia, antropologia e história, com itens provenientes de todo o território brasileiro.

Uma das peças mais emblemáticas do acervo é a imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, esculpida em terracota no início do século XVII. Trazida pelos colonizadores para a antiga Vila de Atuba, o artefato representa a fé dos luso-brasileiros e simboliza o mito fundador de Curitiba. 

“Desde 1902 se encontra no Museu Paranaense a imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, trazida pelos primeiros ocupantes do Planalto de Curitiba. Foi ao redor deste ícone religioso que emergiu a lenda da santa que indicava o lugar de construção do povoado que viria a ser a Vila de Coritiba”, diz Felipe Vilas Bôas, historiador do Museu Paranaense. 

“Sempre que viajo procuro os museus da cidade, tenho essa curiosidade não só sobre história, mas também pelo aspecto cultural de forma geral. E Curitiba está muito bem servida. Vimos que tinha esse museu próximo do hotel e viemos visitar”, conta o turista paulistano Thiago Trombela, advogado.

Horário: 10h às 17h30  (de terça a domingo)
EndereçoR. Kellers, 289 - São Francisco

Arte Sacra

Entre as peças de maior destaque está a imagem de Bom Jesus dos Pinhais em terracota, de fins do século XVII, tida como a mais antiga do acervo. 

Horário: 9h às 12h e 13h às 18h (de terça a sexta) e 9h às 14h (sábado e domingo)
Endereço: Rua Claudino dos Santos, s/nº, Igreja da Ordem - Centro

Museu Ferroviário

Exibe uma locomotiva a vapor do início do século XX. O acervo inclui também objetos originais da estação, como bagageiros, fechaduras e luminárias da época. 

Horário: 10h às 22h (de terça a domingo)
Endereço: Av. Sete de Setembro, 2775 - Rebouças

Museu do Automóvel

O carro mais antigo da exposição é um Ford T – 1919 que era utilizado pela empresa Matte Leão.

Horário: 13h às 16h45 (de terça a sexta), 10 às 11h45 e 13h30 às 17h45 (sábado e domingo) 
Endereço: Av. Cândido Hartmann, 2.300 - Mercês.

Dia Internacional dos Museus 

O Dia Internacional dos Museus foi criado em 1977 pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM), uma organização vinculada à Unesco que reúne instituições museológicas do mundo inteiro. A ideia surgiu com o objetivo de sensibilizar o público sobre o papel dos museus no desenvolvimento da sociedade, valorizando esses espaços como centros de preservação.

Desde então, a data é celebrada anualmente em 18 de maio, com eventos em mais de 150 países, incluindo exposições especiais, atividades educativas, visitas guiadas, oficinas e até mesmo a abertura gratuita de museus em muitas cidades.

Veja abaixo exposições em andamento em Curitiba


Arte contemporânea, performance e desenho no MuMA
No MuMA, localizado no Portão Cultural, quatro exposições em cartaz trazem diferentes perspectivas sobre o fazer artístico. Em A Pele da Pintura, o artista Gustavo Magalhães convida o público a pensar o corpo como matéria da arte, enquanto Pergunte ao Tempo, de Lizete Zem, traz instalações com terra e sementes que provocam reflexões sobre sustentabilidade e natureza. A Pele da Pintura e Pergunte ao Tempo estão na última semana de exibição, com mostra até domingo (18/5).

A partir do dia 17 de maio, entra em cartaz Contém Ingredientes de Verdade, de Estelle Flores, que ocupa a Sala de Arte Digital com obras criadas em jogos como The Sims e GTA, explorando performance e identidade no ambiente virtual. Já a mostra coletiva A que será que se destina?, em cartaz até 8 de junho, homenageia o desenho manual com obras de 19 artistas reunidos pelo Laboratório de Desenho, com curadoria de Jhon Voese.

Horário: 10h às 19h  (de terça a domingo).
Endereço: Avenida República Argentina, 3.430 - Portão Cultural.

A Pele da Pintura (exposição até o dia 18 de maio)
Classificação: Livre

Pergunte ao Tempo (exposição até o dia 18 de maio)
Classificação: Livre

Contém Ingredientes de Verdade 
Classificação: Livre

A que será que se destina?
Classificação: Livre.

Memorial de Curitiba
O Museu da Fotografia de Curitiba levou para dentro do Memorial de Curitiba, no segundo andar, a exposição Amboae Superagui: Rumos de Coexistir. Aberta recentemente, ela apresenta o resultado da vivência de artistas com a comunidade da Ilha de Superagui. Fotografias, livros e registros poéticos retratam a infância, o pertencimento e a natureza da região.

No mesmo andar, a mostra permanente “Curitiba Tempo e Memória” convida o visitante a conhecer a trajetória da capital paranaense desde o século XVII por meio de documentos históricos, recursos em realidade aumentada e até um fóssil da Ave do Terror, ave gigante que viveu há 40 milhões de anos.

Horário: 9h às 12h e 13h às 18h (terça a sexta-feira) e 9h às 15h (sábado, domingo e feriado). 
Endereço: R. Dr. Claudino dos Santos, 79, São Francisco.  

Amboae Superagui: Rumos de Coexistir (segundo andar)
Classificação: Livre

Curitiba Tempo e Memória (Segundo andar)
Classificação: Livre

Casa Romário Martins
Na Casa Romário Martins, o destaque é “Poty, um artista curitibano”, uma homenagem ao legado de Poty Lazzarotto, com desenhos, gravuras e fotografias que traçam a vida e a obra de um dos principais nomes da arte paranaense.

Horário: 9h às 12h e 13h às 18h (terça a sexta-feira) e 9h às 14h (sábado e domingo). 
Endereço: R. Cel. Enéas, 40 - São Francisco.