O crochê, artesanato tradicionalmente dominado pelas avós, foi transformado em ferramenta pedagógica com ares modernos para as crianças do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Irmã Dorothy Mae Stang, no Bairro Alto. No projeto Crolorindo, agulha e linha deram forma a bonecas e brinquedos desenhados pelos pequenos e uma cara nova à unidade, enfeitando balanços, redes, túneis e até o jogo de amarelinha no pátio.
A professora Ivanete de Souza, que aprendeu crochê ainda menina, se inspirou no trabalho de uma artista japonesa e resolveu dar forma aos desenhos das crianças. Assim começaram a surgir as bonecas e os brinquedos de crochê que hoje fazem parte do dia a dia da unidade. “Faço quando sobra um tempinho e as crianças adoraram”, conta.
A diretora Mônica Sampaio destaca que o envolvimento dos pequenos foi instantâneo. “A criança participa do processo de criação e isso é muito importante”, explica.
Mas a brincadeira tem uma motivação pedagógica, como tudo que é feito dentro dos CMEIs em Curitiba. “O foco pedagógico é a possibilidade de criação de um brinquedo único artesanal, desenvolvendo a criatividade e o protagonismo infantil. As crianças veem materializadas suas ideias”, explica a superintendente de Gestão Educacional, Elisângela Mantagute.
Victor de Moraes, 4 anos, adorou a ideia. “É muito divertido brincar com as bolas de crochê, eu não conhecia brinquedo assim”, revela.
Inspiração
O projeto Crolorindo foi inspirado no playground de crochê da artista têxtil japonesa Toshiko Horiuchi. Ela é especialista em criar grandes ambientes têxteis, interativos, com cores vibrantes.
Formada na Tama Art University, começou a carreira têxtil em 1966 como designer de uma das mais importantes tecelagens do mundo, a Boris Kroll de Nova York (Estados Unidos).