Já pensou em ver o mundo com os olhos de uma criança? Na Escola Pública de Trânsito (EPTran), no Bosque do Fazendinha, isso é possível. Lá, ruas, calçadas e semáforos são em tamanho miniatura e formam uma pista para que os curitibinhas possam aprender e vivenciar a vida urbana, sobretudo, a vida no trânsito.
Nesta sexta-feira (19/8), dia nacional do ciclista, alunos de uma escola particular de Curitiba aprenderam que respeitar as regras de trânsito e espaços dos diferentes modais são atitudes essenciais para garantir a segurança e a vida em sociedade. Na minipista, eles puderam aprender sobre sinalização e travessia segura em ruas que pareciam de verdade. Exercitando assim, a troca dos diferentes papéis que exercemos no trânsito diariamente.
“Queremos que nossas crianças aprendam desde cedo conceitos como empatia e o respeito no trânsito. Mostramos, na prática, que cada cidadão desempenha um papel importante, seja como motorista, motociclista, ciclista ou pedestre, e que todos precisam se portar de forma segura e responsável”, afirma a superintendente de trânsito de Curitiba Rosângela Battistella.
Apesar de lúdicas, as atividades são levadas a sério, conta a coordenadora de projetos da EPTran, Patrícia Bastos. “Todas as atividades têm caráter educativo, temos esse compromisso de orientar com responsabilidade para a formação de um comportamento cidadão e para que as crianças possam também levar esse conhecimento para suas famílias”, explica ela.
Renan do Nascimento Sandri Guimarães, 7 anos, aprovou a visita. Ele percorreu a pé as ciclofaixas e recebeu orientações de um agente de trânsito de como deve se comportar quando estiver usando a bicicleta e a relação desse meio de transporte com os demais. “Achei legal, o que mais gostei foi “andar” de bicicleta e dos semáforos”, conta o estudante do segundo ano do ensino fundamental.
Acidentes
Segundo dados do Batalhão da Polícia de Trânsito do Paraná (BPTran), de 2019 a 2022, dos 88.933 acidentes de trânsito ocorridos na cidade, 1.431 envolveram bicicletas, ou seja, 1,6% do total. A maior faixa etária envolvida nestes acidentes é a de 18 a 29 anos, sendo 64% do gênero masculino.
Dos acidentes envolvendo ciclistas e o transporte público, 60% ocorrem em canaletas. O que não deveria acontecer, pois são locais de uso exclusivo dos ônibus e onde a circulação de ciclistas é proibida.
“Infelizmente alguns ciclistas se colocam em risco de forma desnecessária e pedalam em locais proibidos, mesmo tendo à disposição estruturas cicloviárias”, diz a superintendente de trânsito.
Plano Cicloviário e Chamamento Público
A Prefeitura de Curitiba apoia o uso da bicicleta como meio de transporte e vem investindo na mobilidade ativa com a implantação de novas estruturas cicloviárias na cidade.
Está em andamento um chamamento público que prevê a disponibilização de bicicletas para uso compartilhado, mediante pagamento de pequena taxa, que permitirá aos usuários estabelecer rotas de circulação de acordo com sua necessidade de deslocamento.
Atualmente, a cidade conta com uma malha cicloviária de 252,1 quilômetros, entre ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas e vias compartilhadas. Estão em fase final de execução os projetos nos eixos das regiões da CIC e do Bairro Novo que vão ampliar em mais 17,2 quilômetros a infraestrutura.
Na CIC, serão 14,1 quilômetros de extensão, dos quais 8,8 quilômetros no eixo da Juscelino Kubitscheck e Eduardo Sprada entre Deputado Heitor Alencar Furtado/Eduardo Sprada/Aracy C. Guimarães Rosa; mais 4,3 quilômetros na Algacyr Munhoz Mader, entre a JK e a Pedro Gusso; e 1 quilômetro na Rua Theodoro Locker, entre a JK e João Dembinski.
Na região do Sítio Cercado/Bairro Novo serão implantados 3,1 quilômetros, às margens do Ribeirão dos Padilhas, entre a Izaac Ferreira da Cruz e a Praça Jornalista Luzimar de Maria Dionysio.