Ir para o conteúdo
Prefeitura Municipal de Curitiba Acessibilidade Curitiba-Ouve 156 Acesso à informação
Caixa de livros

Corrente literária incentiva senso colaborativo e interação entre servidores da PGM

Corrente literária incentiva senso colaborativo e interação entre servidores da PGM. Na imagem, Emerson Luiz de Carvalho. Curitiba, 01/07/2022. Foto: Hully Paiva/SMCS

 

Emerson Luiz de Carvalho gosta de ler livros no horário de almoço, “é ótimo para relaxar a mente”, diz ele. Rejane do Rocio Maito lê no ônibus, enquanto vai e volta do trabalho, para ela “é uma forma gostosa de aproveitar o tempo no transporte”. Ambos são servidores da Procuradoria-Geral do Município (PGM), e aproveitam as obras da Freguesia do Livro, uma corrente literária que quer tornar Curitiba uma cidade mais leitora.

A PGM faz parte da corrente literária desde 2018. Em uma caixa de papelão, vários livros ficam disponíveis na sede da Procuradoria para que todos os servidores – e qualquer um que se interesse – peguem um livro, levem para a casa, leiam e passem a obra adiante. Essa é a única regra da iniciativa: o livro não pode ficar parado em uma estante, ele deve ser lido.

A caixa de livros costumava ficar no sétimo andar do prédio da PGM, bem na frente do elevador. A partir deste mês, o lugar mudou: agora, a caixa vai passar uma semana em cada andar. A ideia é levar os livros até os servidores, para que todos que quiserem possam escolher um livro e contribuir com a corrente literária.

Na caixa da Freguesia do Livro, as narrativas são diversas, mas todas ficcionais e literárias clássicas, sem textos técnicos ou sobre direito. “A ideia é que os livros sejam um escape da realidade, um momento para esquecer do trabalho e pensar em outra coisa”, conta a sub-procuradora geral do município, Rosa Maria Alves Pedroso, que trouxe a iniciativa para dentro da PGM.

Livros novos chegam todos os meses. A equipe da Freguesia do Livro repõe sempre que o catálogo acaba, e os servidores também levam livros que compraram e leram para trocar com os colegas.

“Além de construírem essa iniciativa juntos, eles também trocam conhecimento com os demais, recomendam os livros que gostaram, conversam sobre os enredos e esquecem um pouco do estresse do trabalho”, destaca Rosa, citando que a corrente literária incentivou um senso colaborativo e melhorou a relação entre os colegas de trabalho.

Leitores

Emerson Luiz de Carvalho sempre gostou de literatura, e passou a ler mais desde que conheceu a Freguesia do Livro. “E o legal é que dei chance para livros que eu nunca escolheria se tivesse que comprar”, justifica. Ele conta que, há alguns meses, encontrou um de seus livros favoritos na caixa da Freguesia, mas em francês. Com a ajuda de um dicionário, releu a obra nos intervalos do trabalho. “E eu não sabia nada de francês”, lembra, orgulhoso.

Também revisitou grandes clássicos do suspense, como O Retrato de Dorian Gray, do irlandês Oscar Wilde, e se arriscou até com a literatura infantojuvenil, ao ler a saga Animorphs. Depois de ler, emprestou os livros dos Animorphs para a sobrinha, que leu, adorou, emprestou para os amigos do colégio e devolveu para Emerson colocar o livro de volta na caixa.

Rejane do Rocio Maito também é leitora assídua. Ela gosta de romances de época, e na última reposição a Freguesia do Livro trouxe um exemplar de A Luz Através da Janela, de Lucinda Riley. Ela adora a autora, e já separou a obra para ler depois.

“Leio no ônibus. Moro longe e, quando estou com um livro, a viagem passa rapidinho”, explicou.

Freguesia do Livro

A Freguesia do Livro existe desde 2011, e a caixa da PGM é só um dos cerca de 120 pontos de leitura espalhados por Curitiba. A corrente literária atua em locais públicos, estabelecimentos comerciais parceiros, escolas e muitos outros. “A ideia é ir para os lugares em que existem leitores, mas não existem livros, para disseminar cultura, conhecimento, e popularizar a leitura no Brasil”, conta uma das fundadoras da corrente, Ângela Marques Duarte.

A Freguesia recolhe livros através de doações, e então redistribui as obras para os pontos de leitura de acordo com a preferência do público. Em alguns pontos de leitura, o público gosta mais de livros de terror, em outros, como escolas, os leitores preferem os livros infantojuvenis. Então, a equipe da Freguesia do Livro faz uma curadoria antes de distribuir.

Ângela conta que, durante a pandemia, a arrecadação da Freguesia caiu e o projeto ainda está em fase de reconstrução. Alguns pontos de leitura foram fechados por falta de livros, sobretudo infantis. “E nós não queremos deixar isso acontecer. Temos pontos de leitura em escolas, em periferias, fazemos trabalhos com jovens infratores, tudo para levar a cultura adiante, porque livros mudam vidas”, explicou Ângela.

Para pessoas interessadas em doar livros ou em receber um novo ponto de leitura, Ângela recomenda que entrem em contato através do site ou pelo Instagram