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Saúde mental na infância

Comunidade e especialistas debatem tema

Encontro reúne comunidade e especialista para debater Saúde Mental na Infância. Foto:Divulgação

Se o comportamento da Mônica, personagem de Mauricio de Sousa, fosse avaliado apenas no aspecto biológico, possivelmente a baixinha temperamental seria diagnosticada com Transtorno Opositivo Desafiador (TOD). Já o Charlie Brown, dono do cãozinho Snoopy e de um perfil melancólico, teria Transtorno Depressivo Recorrente.

Mas não há nenhum problema de saúde com os personagens. Eles só serviram de exemplo para a psicanalista Rosa Mariotto alertar sobre como é fácil confundir um comportamento com um transtorno. Ela foi uma das palestrantes do 2º Caps Comunidade, realizado nesta sexta-feira (15/9), no auditório do Hospital do Idoso Zilda Arns, em que falou sobre O Lugar da Infância na Sociedade Atual.

Abordando o tema Infância e Adolescência e a Saúde Mental, o Caps Comunidade visa aproximar a população e a comunidade médica, discutindo assuntos ligados à saúde mental, e divulgar o trabalho dos Centros de Atenção Psicossocial de Curitiba. Na cidade, três unidades – Boa Vista, Pinheirinho e Centro Vida – fazem atendimento a crianças e adolescentes.

A mãe de uma paciente do Caps Pinheirinho relatou os avanços da filha depois que passou a contar com os serviços médicos e terapêuticos ofertados no Centro Psicossocial. “Ela começou a frequentar o Caps há sete anos. Agora está com 14 e só há pouco tempo foi definido o diagnóstico (autismo e esquizofrenia). O acolhimento e o apoio que recebemos lá permitiram que aprendêssemos a evoluir com ela.”

Medicalização na infância

O psiquiatra do Caps I Boa Vista Thiago Kornelis Rebelo Borg levantou questões sobre a medicalização da infância. Ele destacou que a criança o adolescente estão em momentos de transição, com grandes alterações morfológicas, metabólicas, hormonais, psicológicas e tendo de aprender a viver em um mundo cheio de regras sociais. E, por isso, é equivocado, quando esses indivíduos encontram dificuldades para lidar com o próprio desenvolvimento, atribuir apenas ao aspecto médico a resolução do diagnóstico.

“Medicamentos para transtornos como o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) ainda carecem de estudos. Mas ainda assim devem ser usados, desde que associados a tratamento interprofissional, que abarca vários aspectos do ser humano”, explicou.