Ir para o conteúdo
Prefeitura Municipal de Curitiba Acessibilidade Curitiba-Ouve 156 Acesso à informação
Não ao tabagismo

Com 60 mil fumantes a menos, Curitiba deixa de ser a capital do cigarro

Aposentado Carlos Almeida Silva se exercita na academia da prefeitura no Parque Barigui - Curitiba, 26/06/2019 - Foto: Daniel Castellano / SMCS

Curitiba avança nas ações contra a dependência do cigarro. Após dois anos consecutivos (2016 e 2017), amargando o título da capital com o maior número percentual de fumantes do país, a capital paranaense deixou para trás a primeira posição do ranking. Os dados são do Vigitel 2018, pesquisa anual realizada pelo Ministério da Saúde, que mostra que a capital paranaense passou para o terceiro lugar na lista, ficando atrás de São Paulo (12,5%) e Porto Alegre (14,4%).

O indicador alcançado por Curitiba em 2018 (11,4% de fumantes) é o menor da série histórica da capital paranaense.

O Vigitel compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) do Ministério da Saúde e a avaliação é feita desde 2006, quando o levantamento começou a ser realizado.

A pesquisa revela ainda que a evolução de Curitiba de 2017 para 2018 representa 60 mil fumantes a menos no município. Em 2017, de acordo com o mesmo estudo, 15,6% da população curitibana era fumante.

De acordo com a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, os avanços são frutos de um trabalho consistente realizado pelas unidades de saúde com o Programa de Controle do Tabagismo.

“Desde que esta gestão assumiu, trabalhamos fortemente para reverter esse quadro e tirar Curitiba do topo deste triste ranking”, diz a secretária.

Para que fosse possível alcançar esta meta, segundo Márcia, Curitiba investiu na intensificação de abordagens e oferta de tratamento e grupos nas unidades de saúde, por meio do Programa de Controle do Tabagismo. A secretária municipal da Saúde destaca que o trabalho continua forte em 2019.


 

Orientação permanente ajuda no combate ao vício

As capacitações dos agentes comunitários da saúde (ACS), para realizar abordagens e orientações durante as visitas domiciliares, e, também o treinamento das equipes dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), para a formação de novos grupos, contribuem para bons resultados.

No primeiro quadrimestre deste ano, a procura por tratamento aumentou 64%, em relação ao mesmo período do ano anterior.

De janeiro a abril, 758 pessoas foram atendidas nas unidades de saúde de Curitiba, mais que as 462 do mesmo período do ano anterior.

O aposentado Carlos Almeida da Silva, 61 anos, é um dos casos de sucesso acompanhados pelo município. Ele procurou os grupos do Programa de Controle do Tabagismo na unidade de saúde Mãe Curitibana, motivado em ajudar a esposa, Nadir Konzen, 62 anos, a parar de fumar. 

“Eu sempre quis parar e minha esposa andava com uma tosse muito feia, decidi que era a hora de tomar uma iniciativa”, conta. A estratégia funcionou. Três meses após ele deixar o cigarro, a esposa também passou frequentar os grupos e deixou de lado o hábito de fumar.

Além de melhorar a saúde, o olfato e o paladar, Silva conheceu, por indicação dos profissionais de saúde do grupo, a academia da Prefeitura, no Parque Barigui, sua aliada no novo estilo de vida. “Agora é vida nova, frequento a academia três vezes na semana, me sinto bem melhor” conta. “Aquela vida é passado”, afirma.

“Para os curitibanos, que assim como o Carlos e a Nadir decidam adotar estilos de vida saudáveis, as unidades de saúde estão de portas abertas para apoiá-los”, convida a secretária.

Onde procurar ajuda 

Os Grupos de Controle do Tabagismo são ofertados nas 111 unidades de saúde do município. Atualmente, há em aberto 60 grupos, com vagas para novos participantes. O coordenador explica que é necessário ter um número mínimo de candidatos para iniciar um grupo.

“Quando não há grupo em andamento, o usuário é encaminhado para a unidade mais próxima”, explica o diretor do departamento de Atenção Primária à Saúde, Juliano Gevaerd.

No primeiro mês, os encontros acontecem uma vez por semana. Após esse período, os intervalos de tempo são maiores e obedecem a necessidade de cada caso. Em algumas situações, são prescritas medicações pelo médico da unidade de saúde.
Os grupos são multidisciplinares, reúne profissionais de saúde, como médicos, psicólogos, nutricionistas, dentista, profissional de educação entre outros. Há também a atendimento individual, quando necessário.