A comunidade 29 de Março, na CIC, recebeu nesta terça-feira (18/11) a visita da diretoria da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), que apresentou aos moradores uma proposta ainda em estudo para transformar a realidade da ocupação irregular formada há cerca de dez anos. O planejamento preliminar prevê a implantação de 256 novas moradias no local, onde hoje as famílias enfrentam precariedade habitacional e vulnerabilidade social.
Assim como no projeto de urbanização da Vila Divino, no Atuba, a proposta para a 29 de Março foi pensada para melhorar a qualidade de vida da população sem deslocar os moradores para outras regiões. A diretriz é preservar os vínculos comunitários e o sentimento de pertencimento, fatores importantes para as famílias locais.
Em março, o serviço social da Cohab realizou o mapeamento da área e o cadastramento das famílias, levantando informações sobre o número de domicílios e o perfil socioeconômico da comunidade. Esses dados serviram de base para a elaboração da proposta de intervenção.
Casas sobrepostas
A líder comunitária Juliana Teixeira acompanhou a apresentação da tipologia proposta, que prevê a construção de 64 blocos com quatro unidades habitacionais cada, totalizando 256 moradias. O conceito adotado é o de casas sobrepostas, com unidades térreas destinadas a idosos e pessoas com dificuldade de locomoção, e unidades no pavimento superior para as demais famílias.
O presidente da Cohab, André Baú, destacou que a tipologia foi escolhida com base no perfil e nas necessidades da comunidade.
“Boa parte desta comunidade teria dificuldade de adaptação em prédios de apartamentos. E com a construção de casas térreas não alcançaríamos a quantidade necessária de unidades no terreno. As casas sobrepostas atendem esses dois quesitos, aproveitando bem a área disponível”, afirmou Baú.
Busca de recursos
Antes da visita à comunidade, a diretoria da Cohab participou de uma reunião sobre a busca de recursos para futuros projetos habitacionais. O encontro contou com a participação do deputado federal Beto Richa, que em seguida também acompanhou a visita à 29 de Março, ao lado de técnicos da Companhia.
A elaboração e execução de novas intervenções está utilizando diferentes fontes de recurso, como o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS), Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e orçamento próprio da Prefeitura, como parte do PRO Curitiba - o maior programa de obras e reformas da história da cidade.
O programa habitacional do município vai fechar o primeiro ano de gestão com 868 moradias entregues, outras 1.369 em construção e mais de seis mil unidades em fase de aprovação.
“O prefeito Eduardo Pimentel estipulou uma meta ousada, de entregarmos 20 mil soluções habitacionais em quatro anos e estamos trabalhando muito forte para que este compromisso seja cumprido”, destacou André Baú.