Chuvas fortes, como as registradas esta semana, impedem muita gente de ir aos parques da cidade, mas é nesses períodos que fica clara uma importante função dessas áreas verdes: além de servirem como espaço de lazer, elas atuam como reservatórios de água, que contribuem para reduzir o risco de alagamentos. Numa cidade com cada vez mais construções – que aumentam a área impermeável –, esse sistema precisa ser ampliado. E essa é uma das razões pelas quais a Prefeitura está investindo num grande programa de conservação ambiental, que vem criando novos parques na região Sul da cidade e já reduziu o perigo de inundações em áreas antes expostas a qualquer chuva mais forte.
O projeto Rio Parque de Conservação está na quarta etapa de obras. Ele envolve a implantação de áreas de preservação e de lazer ao longo do Rio Barigui e a realocação de famílias que viviam em áreas de risco às margens do rio. Paralelamente, a Prefeitura trabalha em obras de drenagem e prevenção de cheias, que incluem o perfilamento do Barigui. O perfilamento consiste no alargamento da calha, rebaixamento do fundo do rio e recomposição das margens e taludes, de forma a ampliar a capacidade de vazão da água das chuvas, contribuindo para evitar situações de alagamentos que, no passado, eram parte da rotina de muitas famílias.
Desde 2013, já foram entregues três novas unidades de conservação às margens do rio Barigui, na região Sul: os parques Guairacá e Mané Garrincha e a Reserva do Bugio. Estão em fase final as obras de um quarto parque, ao lado da Rua Paulo Roberto Biscaia, na divisa entre a Fazendinha e a Cidade Industrial. E já foi concluída a licitação da quarta etapa do Rio Parque, que implantará um novo parque perto do conjunto habitacional Moradias Rio Bonito, no bairro Campo de Santana.
Na Rua Paulo Roberto Biscaia, a população já celebra o novo parque, que será entregue em breve. "Sou a terceira moradora desta rua. Acompanhei todo o empenho da gestão do prefeito Gustavo Fruet para atender os pedidos da comunidade. A Prefeitura nos atendeu e hoje vemos esta área linda, que mudou a cara da nossa região e tem sido uma nova oportunidade de lazer para quem mora aqui", diz Marilei Correia de Almeida, presidente da Associação de Moradores do Alto Barigui I e II.
Com 43,5 mil metros quadrados de área, o parque terá pista compartilhada para pedestres e ciclistas, paisagismo com árvores nativas, cancha de futebol de areia, cancha de vôlei, canchas de minifutebol, quadra poliesportiva, academia ao ar livre e equipamentos de ginástica. O investimento é de R$ 4,6 milhões, com recursos da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e do Município.
Corredor de parques
O programa Rio Parque de Conservação – Barigui prevê a implantação de áreas de preservação e de lazer ao longo do Rio Barigui a partir da integração dos conjuntos dos parques Tanguá, Tingui, Barigui, Cambuí, Guairacá, Mané Garrincha, Reserva do Bugio e de parques em implantação, como o da Rua Paulo Roberto Biscaia (terceira etapa) e um novo parque localizado no bairro Campo de Santana, próximo ao conjunto habitacional Moradias Rio Bonito (quarta etapa). A integração de todas essas áreas vai criar um corredor de biodiversidade entre as diversas unidades de conservação.
Essa integração dos parques ajudará na recuperação e preservação das margens do Rio Barigui, a partir de medidas de preservação de nascentes, conservação de ambientes naturais existentes, ordenamento das áreas de ocupação irregular às margens do rio, recomposição e preservação da vegetação nativa e mata ciliar, formando um parque linear e melhorando a qualidade hídrica da bacia .
“Estamos investindo em sustentabilidade. O Rio Parque de Conservação é um programa de preservação da natureza, melhoria da água dos rios e oferta de lazer saudável para toda a comunidade”, explica o secretário municipal do Meio Ambiente, Renato Lima.
Outra importante intervenção que está sendo realizada pela Prefeitura de Curitiba no Rio Barigui é a construção de 17 grandes muros de contenção entre a Rua Dionira Molleta Klemtz (Fazendinha) e o Rio Iguaçu (Caximba), com o objetivo de evitar a erosão nas margens do rio. A previsão de conclusão desta obra é junho de 2016.