A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) divulgou nesta semana boletim de monitoramento de doenças respiratórias que traz, pela primeira vez em 2016, registro de casos de gripe H1N1 em Curitiba. O relatório indica que, em relação a 2015, a circulação do vírus começou mais cedo neste ano na cidade. Contudo, o total de atendimentos por doença respiratória nas unidades básicas de saúde (US) e nas unidades de pronto atendimento (UPA) do município mantém-se abaixo da média traçada para esta época do ano nos últimos nove anos.
O boletim da secretaria desta semana aponta três casos de Influenza A-H1N1 e um caso de Influenza A-H3. São casos de pacientes sem gravidade da doença. Em 2015, Curitiba identificou seis casos de H1N1, sendo que o primeiro registro foi verificado em junho. Ao longo do ano passado, foram 62 casos de H3, com os primeiros episódios apurados em maio.
“Essas informações são levantadas por nossas unidades sentinela, que coletam aleatoriamente amostras de secreção respiratória de pacientes diagnosticados para identificar os vírus circulantes no município”, explica a diretora do Centro de Epidemiologia, Juliane Oliveira. Curitiba tem sete unidades sentinela – três UPAs, dois hospitais públicos e dois hospitais privados –, que trazem amostras de atendimentos e internamentos na cidade. Essas informações são apuradas regularmente, durante todo o ano, e são usadas para a fabricação de vacinas que atuem contra os vírus circulantes.
O relatório indica ainda que 15% dos cerca de 70 mil atendimentos realizados nas unidades de Curitiba, de 27 de março a 2 de abril, tinham relação com doenças respiratórias. “O cenário atual mostra que o total de atendimentos segue abaixo da média histórica, sem aumento de morbidade. Isso indica que Curitiba não enfrenta epidemia ou surto de gripe. Porém, estamos atentos ao reflexo que podemos ter da situação já vivida por outros estados brasileiros”, afirma o secretário municipal da saúde, César Monte Serrat Titton.
Cuidados
O registro de casos de H1N1 reforça a orientação para toda a população de cuidados de higiene que devem ser tomados diariamente, todos os dias do ano. “Os casos de doença respiratória grave identificados em Curitiba neste ano não estão relacionados com vírus Influenza, mas sim com outros vírus respiratórios. Ou seja, as medidas de prevenção mais indicadas são aquelas que protegem de todos os vírus causadores de resfriado ou síndrome gripal”, diz Titton.
Entre os cuidados estão lavagem frequente das mãos, principalmente antes de tocar olhos, nariz e boca; manter locais arejados; cobrir a boca ao tossir ou espirrar; e evitar aglomerações. Em caso de gripe ou resfriado, o paciente deve fazer repouso, manter o corpo hidratado e, se necessário, buscar atendimento médico.
Vacina
A situação epidemiológica atual não faz com que Curitiba adote postura diferente em relação à vacinação contra a gripe. O município seguirá as orientações determinadas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). De acordo com a Sesa, a campanha de vacinação no Paraná terá início em 25 de abril e será voltada a idosos, crianças com mais de 6 meses e menos de 5 anos, gestantes, mulheres com pós-parto de até 45 dias, doentes crônicos, profissionais de saúde, indígenas e trabalhadores e detentos do sistema prisional.