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Planejamento

Centros de bairros equilibram os fluxos urbanos em Curitiba

Informações sobre dinâmica dos deslocamentos nas dez regionais da cidade constam na publicação Centralidades Funcionais em Curitiba, elaborada pelo Ippuc, como parte da coleção Cadernos Urbanos.


As administrações regionais de Curitiba representam um conjunto de cidades dentro da cidade maior, guardadas as devidas proporções e perfis de desenvolvimento. Dentro dos limites dos 435 Km² de área da capital paranaense vivem 1.963.726 habitantes, segundo estimativa de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um contingente populacional de quase 2 milhões de pessoas distribuído por 75 bairros atendidos por 10 regionais administrativas da Prefeitura.

Os 12 bairros da Regional Boa Vista, a mais populosa da cidade, concentram 268.906 moradores. Se fosse um município, a Regional Boa Vista ocuparia a sétima posição do Estado em número de habitantes superando, por exemplo, Foz do Iguaçu, onde vivem 257.971 pessoas, conforme a última estimativa populacional do IBGE.

Informações sobre dinâmica dos deslocamentos nas dez regionais da cidade constam na publicação Centralidades Funcionais de Curitiba, elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), como parte da coleção Cadernos Urbanos criada pela instituição. O documento traça o perfil da distribuição territorial nas regionais, apontando as centralidades, os centros de bairro e o centro expandido, cada qual dentro das suas especificidades.

“A existência de centralidades e centros de bairros reduz a necessidade de deslocamentos ao chamado Centro Tradicional, distribui melhor os fluxos urbanos e dilui grandes concentrações. Em tempos de pandemia, isso possibilita planejamento e ações pontuais do poder público com vistas ao controle de aglomerações e ao desenvolvimento no pós-pandemia”, explica a responsável pela análise e coordenadora do setor de Monitoração do Ippuc, Mônica Máximo da Silva.

São referências, desenvolvidas a partir do zoneamento proposto para a cidade, previsto no Plano Diretor, com características específicas, que atraem os habitantes em busca do comércio e serviços diversos, de ordem pública ou privada.

“A cidade real está de acordo com o estabelecido pelo zoneamento, revisto periodicamente conforme determina o Estatuto das Cidades, demonstrando a aderência e a continuidade do planejamento da cidade”, reforça a diretora de Informações do Ippuc, Liana Vallicelli.

Centralidades funcionais

No Boa Vista, por exemplo, as atividades econômicas e atração de viagens dos moradores locais têm como uma das principais referências a Avenida Prefeito Erasto Gaertner, via classificada como setorial 1 e identificada como uma das principais centralidades funcionais da regional. Outras centralidades da Regional Boa Vista estão nas avenidas Anita Garibaldi (via setorial 2), João Gualberto / Avenida Paraná (vias centrais do sistema viário estrutural) e na Rua Alberico Flores Bueno (setorial 1).

Quando analisadas as centralidades pertencentes à Regional Bairro Novo, foram identificadas como referências a Rua Izaac Ferreira de Cruz (classificada como coletora 1 e integrada ao sistema viário principal), que concentra o tráfego local e de passagem e onde os parâmetros construtivos devem promover atividades não habitacionais de médio e grande porte para atendimento da região, e também a Rua São José dos Pinhais (coletora 1), pela alta densidade de atividades econômicas.

Outros destaques na Regional Bairro Novo estão na Rua Ourizona (setorial 1), pela média densidade de atividades, e Eduardo Pinto da Rocha (setorial 2), pela atração moderada de viagens. A um nível ainda mais local, de suprimento das necessidades diárias da população residente no bairro Umbará, é possível destacar também as ruas Deputado Pinheiro Júnior e Antônio Augusto de Brito, ambas classificadas como coletora 2.

Na Regional Boqueirão, uma das centralidades destacadas é a Avenida Marechal Floriano Peixoto, entre as ruas Presidente Pádua Fleury e Alcino Guanabara. Já quando analisada a concentração de viagens, a maior concentração se dá nas proximidades do Terminal do Boqueirão e entre ruas Frei Henrique de Coimbra e Evaristo da Veiga, onde está localizado o Terminal do Hauer. Também são referências para os deslocamentos a Rua Doutor Bley Zornig, popularmente o polo das malharias de Curitiba, a Rua Francisco Derosso, a Rua Primeiro de Maio e a Eduardo Pinto da Rocha.

Na Regional CIC são destaques em atividades econômicas e atração de viagens as ruas Raul Pompéia, Eduardo Afonso Naldony, Pedro Gusso, Léa Moreira de Souza e Antônio de Oliveira Santos.

Na Regional Cajuru as maiores centralidades estão no entorno dos centros comerciais da região. Também são pontos de atração, as ruas Delegado Leopoldo Belczak, Filipinas e Eunice Bettini Bartoszeck. A Avenida Senador Salgado Filho e a Rua Engenheiro Costa Barros também são destinos dos moradores para compras e serviços.

Na Regional Matriz está o centro tradicional do município, a porção territorial de maior acessibilidade, onde podem ser encontrados simultaneamente os sistemas econômico e político-institucional.

Para além do perímetro que abrange o núcleo central estão os chamados centros expandidos identificados como os prolongamentos em direção ao bairro Mercês, através da Avenida Manoel Ribas; ao bairro Cabral, por meio da Avenida João Gualberto; ao bairro Portão, através da Avenida República Argentina; ao bairro Bigorrilho, pela Rua Padre Anchieta (via central do sistema viário estrutural), ao bairro Boqueirão, por meio da Avenida Marechal Floriano Peixoto e ao bairro Centro Cívico, através da Avenida Cândido de Abreu e da Rua Mateus Leme.

Ainda são referências na Matriz as centralidades funcionais ao longo da Avenida Desembargador Hugo Simas; de trecho da Avenida Anita Garibaldi e da Rua Augusto Stresser.

Na Regional Santa Felicidade são destaques as avenidas Vereador Toaldo Túlio e Manoel Ribas, Via Vêneto e a Rua Professor João Falarz Vereador Toaldo Túlio. Além destas, nos mapas também aparece o destaque das ruas Deputado Heitor Alencar Furtado e Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, componentes do eixo estruturante oeste.

A Regional Tatuquara, mais nova e de ocupação mais recente da cidade, tem como destaque pela concentração de atividades econômicas e pela atração de viagens a Rua Enette Dubard  e, em segundo lugar, a Rua Marcos Bertoldi.

Serviram de base para a análise dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério da Economia; da Secretaria Municipal de Finanças Orçamento e Gestão, referentes aos alvarás comerciais ativos e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, integrantes da pesquisa Origem/Destino.

Classificação das vias

Por sua classificação, as ruas ou vias têm o papel de integração do transporte como na definição do uso do espaço urbano (que tipo de atividades são permitidas), para orientar os tipos de usos da cidade.

O sistema viário de Curitiba é formado pelos Eixos Estruturantes e pelas Vias Setoriais 1 e 2; Coletoras 1 e 2; Prioritárias e Normais.

Os Eixos Estruturantes (ou estruturais) são formados pelo sistema trinário de vias, por onde passam os ônibus expressos, ladeados por vias rápidas em sentidos opostos, e onde estão os prédios mais altos da cidade.

As Vias Setoriais são as referências que passam por vários bairros e fazem as ligações de longa distância, até com municípios vizinhos, e por onde passam ônibus e é permitido comércio e serviços. Algumas delas coincidem com os antigos acessos a Curitiba, como por exemplo, a Mateus Leme, a Manoel Ribas, a República Argentina, a Salgado Filho.

As Vias Coletoras são as vias de convergência local, como se fossem calhas nos bairros para onde converge o trânsito. Essas ruas são pontos de atração de comércio e serviços, geralmente os polos comerciais nos bairros.

As Vias Prioritárias são somente para o tráfego. Elas fazem a ligação entre Eixos Estruturantes promovendo o escoamento do tráfego de um ponto a outro. Nas vias prioritárias não são permitidas atividades que causem congestionamentos, nem mesmo estacionar ao longo delas em horários comerciais.

Nas Vias Normais estão localizadas as moradias e as atividades de pequeno porte, de atendimento à vizinhança.

Confira quais são as regionais e quantos moradores há em cada uma

1.            Regional Boa Vista - 268.906

2.            Regional Cajuru - 250.328

3.            Regional Portão – 219.396

4.            Regional Matriz – 210.121

5.            Regional Boqueirão – 209.127

6.            Regional CIC – 208.020

7.            Regional Bairro Novo – 172.591

8.            Regional Pinheirinho – 153.004

9.            Regional Santa Felicidade – 144.189

10.          Regional Tatuquara – 128.044
 

*Fonte: IBGE, IPPUC - População Estimada 2020-2021