O Centro da Juventude Audi/União, no Uberaba, é conhecido por oferecer atividades físicas e esportivas para a comunidade. Mas, até o fim de novembro, também é o lugar para 16 usuários colocarem a mão na massa na Oficina de Panificação e Confeitaria.
Na primeira fase da oficina, ministrada por Marcelo Apene, os alunos fizeram pães caseiros, de grãos e integrais, de abobrinha e beterraba, massa básica para esfirra, doguinho, mistinhos, pão de hamburguer – e o hamburger –, pão de batata recheado, pão de queijo, donuts, cueca virada, panetones doces e salgados.
“O pão é a base de tudo, é um alimento universal que une pessoas, independente do credo, da classe, da idade. Estamos ensinando a unir pessoas e compartilhando conhecimentos”, diz Apene.
Na segunda etapa, os alunos vão se arriscar na confeitaria, com receitas de pão-de-ló e rocambole, mousses, massa choux, bolos, tortas e tarteletes, cupcakes, brownies, calda de chocolate, muffins e bolos natalinos.
Faça e venda
A oficina oferece formação para o ingresso no mercado de trabalho da panificação ou para que os alunos utilizem as técnicas para preparar produtos em casa, vendê-los e ter uma fonte alternativa de renda.
A costureira Ana Maria Adão Jeremias, 60 anos, planeja aliar os novos conhecimentos no forno e fogão com os da máquina de costura. “Enquanto costuro, posso assar os pães e vender para minhas clientes”, cogita.
O chefe do Núcleo da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude na Regional Cajuru, Helton Stais, explica que levar panificação e confeitaria para dentro do Cejuv Audi União foi uma forma de aproximar a capacitação profissional da comunidade local.
“Percebemos que muitos dos nossos usuários querem se aprimorar para o mercado de trabalho. Por isso, trouxemos essa oficina”, fala Stais.
Novos caminhos
O pizzaiolo Mardonio de Souza, 36 anos, trabalha fazendo bicos em uma pizzaria e vê no curso uma possibilidade de conseguir um emprego fixo. “Estou aprendendo muitas técnicas. Agora mesmo aprendi quatro variedades de pão com uma massa só”, diz.
Ele conta já pensava em fazer uma capacitação profissional e soube da oficina por uma amiga da esposa, que pratica ginástica no Cejuv.
“O que me impedia de fazer um curso era a questão financeira e esta é uma oportunidade excepcional, sem custo e com muito aprendizado”, fala Souza.
Para a ex-funcionária da indústria Elizabeth de Souza, 48 anos, é a chance de ter um negócio. “Quero ter uma fonte de renda em que eu possa trabalhar em casa. Eu pensava em um curso de maquiagem e aí surgiu esta oficina e estou vendo um grande potencial”, fala.
O curso é uma parceria da Prefeitura de Curitiba com a Paraná Fomento e tem o apoio do chef Jefersson Trevisan, que doou as farinhas para a produção dos alimentos.