Eles já provaram que têm mão boa para mexer na terra. E agora vão colocar os pés descalços nela. Os estudantes da Escola Municipal CEI Maria Augusta Jouve, no Alto Boqueirão, estão construindo um Jardim das Sensações, ao lado da horta que eles também cuidam.
As 300 crianças do 1º ao 5º ano da Educação Integral já tinham experiência no cultivo de plantas ornamentais, com a criação do jardim em que escreveram o nome da escola com flores para evitar a erosão do terreno.
Agora estão compondo o paisagismo das flores e folhagens que vão margear o caminho guiado por pneus do Jardim das Sensações da escola. Cada pneu será uma diferente estação, com um tipo de solo – terra, areia, cascalho entre outros – para que a piazada caminhe descalça e aguce o tato a partir dos pés.
“Fizemos o caminho em forma de coração para mostrar o amor pela natureza”, conta Rafaela, 8 anos, estudante do 3º ano.
O contato visual também será ativado pela paisagem que sendo preparada pela criançada. Entre os ornamentos, estão orquídeas, espadas de São Jorge e clúsias.
O projeto é orientado pelas professoras de Práticas do Meio Ambiente Antônia Pereira da Silva Kienn e Ângela Maria Marcolino. O principal objetivo é criar mais um espaço de socialização entre os alunos.
“Queremos oferecer mais uma opção às nossas aulas ao ar livre, em que podem apreciar o contato com a natureza, ter um momento de calmaria”, conta Antônia.
O novo jardim deve ficar pronto junto com a chegada da Primavera, no final de setembro. Enquanto seguem preparando a novidade, os estudantes também cultivam a horta, que fica ao lado do futuro Jardim das sensações.
Horta e alimentação saudável
São 65 minicanteiros, feitos em pnseus, doados pelo empresário Waldori Correa Borges, 51 anos. Ele tem um comércio de pneus e rodas em frente à escola.
“Vejo do lado de fora como essa horta está ficando bonita. Fico feliz em ajudar o trabalho dessas crianças e estar contribuindo para a educação e alimentação delas”, diz o empresário.
Além de aprenderem a cultivar hortaliças e temperos, tudo o que cresce ali, vai parar no prato das refeições feitas na escola conta a professora Antônia. Nas aulas, as crianças aprendem o cultivo sem agrotóxicos e, nas refeições, experimentam alimentos que, muitas vezes, não faziam parte de seu cardápio diário.
Os equipamentos para o cultivo, as crianças conseguiram com bazares que a escola realiza, com roupas, calçados e brinquedos doados por pais e professores em cada produto é vendido por R$ 2 para a comunidade.