Giordana Galvan Lube e Rubens Castamann chamaram a atenção com uma iniciativa diferente na 32ª Oficina de Música de Curitiba. Os dois vieram de Cascavel, no oeste do Paraná, para aprender a afinar um antigo cravo, instrumento antecessor ao piano que permanecia há quase 15 anos sem uso. A pedido deles, um curso especial de manutenção e afinação foi criado dentro da Oficina.
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Giordana é coordenadora de música do município e explica que o instrumento deixou de ser usado por falta de manutenção. ‘‘Faz três anos que a Oficina de Música solicita o cravo para os espetáculos e oficinas. Ou seja, ele precisava vir para Curitiba para ser usado. Foi quando pensei que alguém tinha que aprender a trabalhar o instrumento e tê-lo à disposição para apresentações em Cascavel’’, afirma.
Giordana também decidiu trazer o marido Rubens, que é músico e tem experiência na construção de instrumentos. Rubens conta que suas habilidades mecânicas e os conhecimentos prévios em música ajudaram a quebrar a primeira barreira de estranhamento diante da complexidade do cravo. ‘‘Eu tenho banda e trabalho com construção de instrumentos de cordas, como o contrabaixo. Já tenho ferramentas e técnicas que ajudam nesses primeiros passos’’diz.
A oficina de manutenção e afinação de cravos não existia na programação inicial da oficina. Ela foi criada pela demanda da vinda do casal e da disponibilidade do afinador de pianos Donizete Bonifácio. ‘‘Não sabíamos se iríamos conseguir, mas encontramos o Donizete, que se mostrou totalmente aberto para transmitir todo o seu conhecimento’’ conta Giordana.
Entre as maiores dificuldades encontradas pelos alunos estão a delicadeza e sensibilidade que o instrumento exige. ‘‘Viemos pra cá para aprender afinação, achávamos que era o mais importante. Chegando aqui, percebemos que a manutenção é tão importante quanto. Por isso, não adianta fazer a afinação se o instrumento não estiver adequado’’, explica o casal.
Além da oficina, o casal também tem aproveitado as atrações e espetáculos. Giordana vem para o evento pela terceira vez, enquanto Rubens encara a primeira participação. A diversidade cultural, os instrumentos e as várias nacionalidades são os fatores mais encantadores para os dois paranaenses. Giordana ressalta a possibilidade de ver de perto instrumentos diferentes, como o alaúde e o fagote. ‘‘É lindo ver a união que a música proporciona. Aqui a música é a língua’’, afirma.