Líderes religiosos de Curitiba se reuniram na manhã desta segunda-feira (21/1) no Salão Nobre da Prefeitura para falar sobre o combate à intolerância religiosa. Promovido pela Assessoria de Igualdade Racial e Direitos Humanos, o encontro resultou em uma carta aberta em defesa à convivência fraterna e ao respeito inter-religioso.
O documento, discutido e aprovado durante a reunião, será traduzido para vários idiomas e depois encaminhado para a Câmara de Vereadores, à Assembleia Legislativa, ao governo federal e também para a Organização das Nações Unidas (ONU). Leia aqui o conteúdo da carta aberta.
Para o assessor de Política da Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura, Adegmar Silva, o Candiero, este foi um grande passo para falar sobre a harmonia das religiões, o respeito e a busca incessante pela paz inter-religiosa.
“Está havendo uma intolerância muito grande no nosso País, principalmente com as religiões de matriz africana e também com os islâmicos”, explicou Candiero. “Essa assessoria, a pedido do prefeito, está dando o primeiro passo para convocar as pessoas e pensarmos juntos”, definiu e citou o ditado africano Ubuntu: "Juntos nós somos mais".
"Todas as fés são dedos da frágil mão humana com a qual os mortais tentamos alcançar o eterno", disse o prefeito Rafael Greca a respeito da iniciativa.
Respeito
A data para a reunião também foi uma escolha simbólica. No dia 21 de janeiro é celebrado o Dia Mundial das Religiões e o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data também marca o aniversário da morte de Mãe Gilda, que se tornou ícone da luta contra a intolerância religiosa no Brasil.
Participaram do encontro 65 líderes de 30 religiões e crenças de Curitiba, como católicos, evangélicos, budistas, luteranos, judeus, islâmicos, representantes do candomblé, da umbanda, de ciganos e de povos indígenas e do Ministério Público do Paraná.
O diretor de Planejamento e Patrimônio da Antiga e Mística Ordem Rosacruz (Amorc), Luiz Carlos de Souza, ressaltou a importância do encontro. “Entendemos que essa reunião é fundamental no momento em que estamos passando no País. Temos que ser tolerantes, respeitar a religião do outro, a liberdade individual de escolha. Com esses atos conseguimos promover a paz mundial”, disse Souza.
Várias pessoas se manifestaram na mesma direção, da harmonia e do respeito às religiões. O líder espiritual da Mesquita Imam Ali Ibn Abi Talib (Mesquita de Curitiba), Sheikh Sayed Amir Hachem, explicou que a religião islâmica é da paz, de amizade. “Os mulçumanos estão no Brasil há mais de 200 anos e respeitamos todo mundo. Temos honra de dizer que somos mulçumanos e brasileiros, respeitamos todas as religiões”, afirmou Hachem.
As sugestões dadas pelos líderes religiosos serão incorporadas à carta aberta. Depois o documento será apresentado publicamente e divulgado entre os movimentos religiosos. Acesse aqui a íntegra da carta aberta.