O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Cajuru completa, nesta segunda-feira (22), 10 anos de existência. Neste período, atendeu mais de 3,3 mil pacientes de álcool e drogas e em março de 2013 começou a realizar também o acolhimento noturno.
“Todos os Caps levam em conta o fator médico, o psicológico e o meio social em que os pacientes estão inseridos, sem a privação do convívio com a família e o mundo exterior, o cuidado em liberdade”, conta o diretor do Departamento de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde, Marcelo Kimati.
Esse método muitas vezes é visto com estranheza pelos parentes dos pacientes. Foi o caso da recepcionista A.Z, que no início desconfiou da eficácia do tratamento quando o marido, alcoolista e dependente químico, decidiu procurar ajuda em uma unidade de saúde e foi encaminhado para o Caps. “Quando conheci o local e o tratamento não acreditei em um resultado efetivo. Sempre achei que para ter sucesso a pessoa tinha que ficar trancada, longe da rua. Depois que comecei a participar do apoio familiar oferecido aqui no Caps e ouvir os relatos dos familiares de outras pacientes percebi que estava no caminho certo, principalmente porque ele está se tratando com a família por perto”, diz.
O Caps Cajuru atende todos os meses cerca de 270 pacientes e recebe no acolhimento noturno em média 35 usuários, que ficam até dez dias acolhidos no próprio Caps antes de voltar para casa. “Cada um tem o seu método terapêutico para atender as suas necessidades, participando de oficinas, terapias individuais e coletivas, respeitando a necessidade individual”, conta a coordenadora da unidade, Gabrielle Weendel dos Santos.
Natal
Aproveitando as festas de fim de ano, o Caps Infantil Pinheirinho realizou uma festa de Natal para seus usuários no último dia 17. O representante gráfico Iung Júnior trocou uma reunião de trabalho por algumas horas no gramado do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Infantil, no Pinheirinho. Seu objetivo era simples: fazer crianças, adolescentes, familiares e trabalhadores sorrirem com a presença do Papai Noel no Caps, que atualmente atende 200 usuários com idade de até 18 anos.
“Teve criança que não queria mais desgrudar do Papai Noel. Isso não tem preço”, disse o voluntário. Ele e a Mamãe Noel voluntária, Neire Correia da Silva, distribuíram balas e outros doces para os cerca de 80 participantes da programação especial de Natal, realizada na última semana. Por ser uma ocasião especial, guloseimas como sorvete, pastel e bolo recheado também foram servidos aos convidados.
A dona de casa L.Z. chegou logo que a festa começou. “Ela não para um minuto”, falou a moradora do Umbará que acompanha a filha de 9 anos duas vezes por semana para tratamento. A menina preferiu a cama elástica e a piscina de bolinhas. “Também ganhei pipoca, salgadinhos e pacote de doces”, comemorou a menina.
Já os adolescentes se empolgaram com os cães do projeto Amigo Bicho. “Gosto de animais e adorei os cachorros. Coloquei meu ouvido no peito dele para ouvir o coração bater; é legal”, comentou M.S., de 17 anos. Depois de dançar funk com outras colegas em tratamento, Joana quis fazer “uma foto exclusiva” com um dos cães visitantes. Ela frequenta o Caps duas vezes por semana e compareceu na quarta-feira especialmente para participar da festa.
Além da diversão, a programação de fim de ano atingiu outros objetivos importantes para o tratamento de crianças e adolescentes. “É bom para promover a socialização e o lazer, que normalmente eles têm pouco”, disse a terapeuta ocupacional Caroline Andréa da Silva França.
Caps Portão
Na semana passada também teve festa de fim de ano no Caps Portão. Além de churrasco, a confraternização teve show de mágica, roda de poesia e viola. Os recursos para a compra dos preparativos foram obtidos num bazar, com roupas e artesanatos arrecadados pelos usuários. A coordenadora da unidade, Karin Cristine Gabardo, explica que o envolvimento dos pacientes na organização favorece a reabilitação. “Este processo de decisão auxilia na construção da própria autonomia e na ampliação da socialização”.