Os pais de alunos do ensino fundamental matriculados na rede municipal de ensino estão sendo informados sobre a Campanha Nacional de Hanseníase e Geo-helmintíases do Ministério da Saúde, que acontece até 30 de outubro. Cerca de 100 mil estudantes levarão para casa um informativo explicando o objetivo da campanha, que visa à redução da parasitas intestinais (lombrigas e outras verminoses) entre crianças e adolescentes, além da identificação de possíveis casos de hanseníase entre estudantes com idade entre 5 e 14 anos.
O processo de investigação das doenças será feito por equipes de saúde de Curitiba nas escolas, mas, para isso, é necessário o consentimento da família.
Os profissionais visitarão as escolas em busca de alunos que apresentem sinais e sintomas das doenças. Com isso, o Ministério da Saúde espera aumentar o diagnóstico precoce e identificar comunidades em que a hanseníase e as verminoses ainda persistem. Os casos suspeitos serão encaminhados à rede básica de saúde para confirmação e início imediato do tratamento.
Cada estudante vai receber uma ficha de autoimagem e um termo de recusa. Na ficha de autoimagem, com o desenho do corpo humano, os responsáveis vão marcar onde as crianças possuem qualquer tipo de machas na pele, para serem avaliadas pelas equipes da atenção básica, além de responder a um breve questionário. “Em Curitiba, há mais de 10 anos não há ocorrência de novos casos de hanseníase entre crianças. Mas, entre adultos, ainda surgem cerca de 60 novos casos por ano e, por isso, o monitoramento e diagnóstico precoce é fundamental”, explica Liza Regina Bueno Rosso, da coordenação de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde.
Em todo Brasil, a taxa de prevalência de hanseníase caiu 25,7% em 10 anos, no Brasil, passando de 1,71 pessoas em tratamento por 10 mil habitantes, em 2004, para 1,27 por 10 mil habitantes, em 2013. A queda é resultado das ações voltadas para a eliminação da doença, intensificada nos últimos anos.
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada por um bacilo capaz de infectar grande número de indivíduos. Possui alto poder incapacitante, motivo histórico de estigma e exclusão. A doença tem tratamento e, obedecendo todas as orientações, tem cura.
Verminoses
Além da hanseníase, os alunos também serão tratados contra parasitas intestinais, através da administração oral de um comprimido de medicamento, em dose única. O remédio será administrado pelos profissionais de saúde, na própria escola, após a autorização da família.
A medida pretende reduzir a carga das verminoses que causam anemia, dor abdominal e diarreia, com o uso de vermífugo preventivo. Os parasitas intestinais podem prejudicar o desenvolvimento e o rendimento escolar da criança. Mas os responsáveis que não concordarem com a medicação devem preencher o termo de recusa, também enviado pela escola.
Em Curitiba, cada unidade de saúde vai divulgar o cronograma de visitas para diagnóstico das doenças nas escolas. A realização do tratamento preventivo em estudantes está em conformidade com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) que preconiza o uso de medicação de forma periódica como uma medida preventiva e efetiva para redução da carga parasitária e das suas complicações. A estratégia no ambiente escolar, já utilizada e comprovada internacionalmente, reduz os custos do tratamento e potencializa os resultados da intervenção, porque proporciona a oportunidade de atingir o maior número de estudantes.