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Combate à violência

Campanha nas escolas combate violência doméstica

A Prefeitura de Curitiba, por meio das secretarias municipais da Educação e da Mulher, lançou nesta quarta-feira (11), no Salão de Atos do Parque Barigui, a campanha "Quem Ama Abraça - Fazendo Escola". Foto: Everson Bressan/SMCS

A Prefeitura de Curitiba, por meio das secretarias municipais da Educação e da Mulher, lançou nesta quarta-feira (11), no Salão de Atos do Parque Barigui, a campanha “Quem Ama Abraça – Fazendo Escola”. Idealizada pela Rede de Desenvolvimento Humano (REDEH), a campanha tem por objetivo discutir o tema da violência doméstica nas escolas, a partir do ensino fundamental.

O lançamento contou com a presença da Secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves, da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.

A Prefeitura de Curitiba fez a adesão à campanha que, inicialmente, será levada a nove escolas da rede municipal de ensino: as escolas municipais Jornalista Arnaldo Alves da Cruz, Cecília Westephalen, Professor Dario Vellozo, Anísio Teixeira, Vila Torres Matriz, Itacelina Bittencourt, Jardim Santos Andrade, Leonel de Moura Brizola e Maria Marli Piovesan. Além disso, a campanha integrará o programa Comunidade Escola que mantém as escolas abertas para a comunidade, nos finais de semana.

Aparecida Gonçalves afirma que 56% das mulheres que fazem denúncia pelo disque 180 (Central de Atendimento à Mulher) informam que os filhos presenciam a violência dentro de casa e que 23% desses sofrem violência diretamente e também de maneira reflexa. “Assim, quando decidimos falar para as crianças, por meio da educação, sabemos que estamos falando de um assunto que elas, infelizmente, já conhecem. Não podemos fingir que o problema não existe”, disse.

A idealizadora do programa, Schuma Schumaher, da Rede de Desenvolvimento Humano (REDEH), disse queo Brasil, nos últimos 10 anos, tem avançado bastante no desenvolvimento de políticas públicas para as mulheres e que o tema da violência doméstica tem estado constantemente na pauta de discussões de diversos setores da sociedade. Segundo ela, é preciso debater o assunto em todos os segmentos sociais e a escola é sempre o melhor começo. “Se ninguém nasce violento, se a violência é uma coisa aprendida, por que não aprender a paz?”, pergunta. “Precisamos desconstruir o que está naturalizado na sociedade que é a cultura da desigualdade. Devemos aprender que a diferença é louvável, mas a desigualdade é inaceitável”, completa.

A secretária da Mulher, Roseli Isidoro, afirma que a campanha tem caráter educativo e preventivo e se firma em novos modelos e conceitos relativos à posição da mulher na sociedade. “Precisamos conscientizar não somente as mulheres, mas também crianças e jovens, por meio da educação, sobre a questão da violência doméstica. Na verdade, queremos falar para todas as pessoas, para que elas possam reproduzir uma cultura de paz, da não violência”, diz a secretária.

Para a secretária municipal da Educação, Roberlayne Borges Roballo, é função social da escola disseminar valores, preparar crianças, jovens e adultos para o exercício constante da cidadania. “É preciso que a escola tenha espaço para discussão e reflexão sobre o respeito à mulher, desmistificando assim, a normalidade da violência doméstica. A partir de ações lúdicas do projeto Quem Ama Abraça conseguiremos fazer com que a criança e o jovem de hoje seja um adulto consciente amanhã”, diz Roberlaine.

Lançada nacionalmente em 2011, a campanha “Quem Ama Abraça” faz parte do Pacto Nacional de Enfrentamento da Violência contra a Mulher, do qual a Prefeitura de Curitiba é signatária, em compromisso firmado com o governo federal no dia 23 de julho de 2013. E devido a sua boa repercussão e multiplicação em todo o Brasil, a campanha foi levada para a escola, visando ao fortalecimento desse espaço, como campo privilegiado para a reflexão e a superação das diferentes formas de violência contra a mulher, que possam estar presentes no cotidiano das crianças e jovens. A campanha vai estimular a instituição escolar e outros espaços de educação, para uma ação articuladora e aglutinadora dos diversos canais sociais, públicos ou não, orientar a mulher em situação de violência, ampará-la e estimulá-la a denunciar seu agressor, com mais segurança.

O evento contou com a presença do reitor da Universidade Federal do Paraná, Zaki Akel Sobrinho, da juíza Luciane Bortoleto do Juizado da Violência Doméstica e Familiar, do deputado estadual Péricles de Melo, da representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), Sandra Lia Barwinski.

Foram entregues kits com material da campanha para os professores das escolas participantes e para representantes de instituiçõesque trabalham com direitos humanos.